A
Cidade, conceitualmente, é a organização urbana de uma comunidade:
cidadãos livres e com direitos iguais. A cidade é divida em duas
esferas: particular e pública. Na esfera particular encontra-se a
casa (patrimônio, legado, tradições, costumes, cultura, etc...) de
um grupo familiar. Na esfera pública encontra-se o espaço público
urbano e as instituições: destinados ao encontro e a organização
de grupos sociais.
Este
artigo abordará a relação entre o espaço público urbano e os
grupos sociais entendido aqui como sendo a união de indivíduos de
vários grupos familiares. O encontro do grupo familiar acontece na
casa que está inserida no espaço público urbano que por sua vez é
gerenciado por instituições governamentais.
Na
Grécia Antiga o espaço público urbano era definido como Ágora que
geograficamente encontrava-se no centro da Pólis, ou seja, da
cidade. Era a praça principal e no seu entorno estavam as
instituições e as casas. Na Ágora o cidadão mantinha seus
contatos e ali se realizavam as feiras, as discussões políticas e
os tribunais populares, ou seja, era um PONTO DE ENCONTRO.
O Urbanismo contemporâneo traz esse conceito para as nossas praças e logradouros públicos. O espaço público urbano foi concebido para permitir o encontro das pessoas e suas manifestações culturais e políticas. As instituições públicas definem as regras para que o direito de cada um seja preservado.
O Urbanismo contemporâneo traz esse conceito para as nossas praças e logradouros públicos. O espaço público urbano foi concebido para permitir o encontro das pessoas e suas manifestações culturais e políticas. As instituições públicas definem as regras para que o direito de cada um seja preservado.
De uns tempos para cá, as praças estão cada vez mais vazias, ociosas e sem nenhum atrativo. As instituições públicas com Leis e pensamentos arcaicos impedem o cidadão de usufruir do espaço que naturalmente foi concebido para o lazer; comércios alternativos (artesanato, quiosques); troca de ideias entre grupos organizados e principalmente, para o encontro.
Com essas aberrações de impedir o uso do espaço público urbano (entende-se aqui praças e canteiros centrais de avenidas) com equipamentos urbanos e seus atrativos para o cidadão de bem desfrutar com seu grupo familiar, as instituições públicas estão condenando o espaço público a MORTE e permitindo que nele os cidadãos se MATEM.
O espaço público que não é ocupado pela família é ocupado por grupos sociais que se perderam da família e com isso perderam o limite e o respeito por si mesmos e pelos outros. As instituições públicas corroboram para que cada dia mais o encontro no espaço público urbano aconteça não pelas famílias, mas por aqueles que não tem compromisso nenhum com a vida.
Nas Cidades atuais temos a turma do crack, do corotinho, dos assaltantes, dos traficantes, dos carros “tunados”, dos filhinhos de papai (inclusive de autoridades) com suas farras automotivas, etc. Estes grupos tomaram conta do espaço público urbano tornando-o PONTO DE DROGAS licitas e ilícitas, exatamente, por estes estarem totalmente desertos, ociosos e desprotegidos pela população de bem. Os grupos familiares tem medo de saírem para as praças pois, a população de bem não estará lá, bem como, por não haver nenhum tipo de atrativo para seus momentos de lazer. Vão encontrar apenas o que há de mais depreciativo na relação humana.
Com tudo isso, um espaço livre e igual para todos os cidadãos fica a mercê do autoritarismo de instituições públicas ultrapassadas e que não conhecem realmente a verdadeira função social do espaço público urbano. Assim sendo, o cidadão de bem fica trancado em casa enquanto o espaço público urbano é tomado por seres que deveriam estar recebendo tratamento público para suas mazelas sociais e familiares.
Tenho esperança que o espaço público urbano possa voltar a ser livre e ocupado pelas famílias. Que nele todos nós encontremos o playground; os aparelhos de ginástica; os quiosques para a compra de um suco, água de côco; as tendas de artesanato; as bancas de jornais e revistas; os teatros ao ar livre, enfim, os equipamentos urbanos integrados com a natureza de forma sustentável e que as instituições possam rever Leis arcaicas que desestimulam o convívio social no meio urbano.
Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirParabénss!!
ResponderExcluirPois é. A REMOÇÃO dos lanchinhos e bancas de revistas das praças foi um tremendo erro em Araguari. O Ministério Público Estadual, equivocadamente, preferiu extinguir esses serviços, ao invés de DISCIPLINAR o uso do espaço público.
ResponderExcluirIsso fez com que, mais do que a perda de empregos e fonte de renda de muitas famílias, esses logradouros ficaram sem movimento de gente. As bancas de jornal traziam movimento durante o dia e os lanchinhos durante a noite.
Teria sido muito mais inteligente e proveitoso para o tecido urbano se tivessem proposto uma regulamentação. Simples assim.