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Araguari, 123 anos. (parte 2)


1929 – 1968

O município descentraliza o comércio e as residências do centro de formação da cidade e inicia um período de destaque também para as primeiras indústrias.
Vivenciando o período ditatorial imposto ao Brasil e convivendo com as conseqüências da 2º Guerra Mundial em solos europeus, Araguari consegue empreender melhoramentos na sua estrutura urbana com a macadamização, retificação do alinhamento e remodelação de praças e diversas vias principais. O crescente e gradual povoamento da cidade propicia a criação dos primeiros bairros como a Vila Goiás e o Bairro Independência.

A "Crise" e o Mataboi

Após alguns dias de especulação a Mataboi Alimentos S/A vem a público informar a todos os interessados que ingressou com pedido de recuperação judicial após contabilizar uma dívida de R$ 360 milhões.

Recuperação judicial, no linguajar popular quer dizer:

- Devo não nego, pago quando puder!

E assim, os funcionários demitidos, os pecuarista e demais fornecedores da Mataboi Alimentos S/A, sentarão a beira de uma sombra frondosa e esperarão com muita paciência o judiciário definir sobre o futuro desta empresa.

E a vaca/o boi foi para o brejo!


Índice de Desenvolvimento de Araguari

Atualizado em 08/10/2010 às 14:00

O IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, apresenta a divulgação relativo aos dados oficiais de 2007 de todos os municípios brasileiros. O IFDM surgiu em resposta à ação 97 do Mapa de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, que propôs a criação de um índice para acompanhar de forma permanente o desenvolvimento humano, econômico e social no interior do estado.


A defasagem temporal de três anos entre o IFDM e sua divulgação decorre do fato de serem utilizadas apenas estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2010 foi possível reunir concomitantemente dados dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano sob análise.

A metodologia pioneira e única do IFDM distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional. Estas características possibilitam o acompanhamento do desenvolvimento humano, econômico e social de todos os municípios brasileiros, apresentando uma série anual, de forma objetiva e com base exclusiva em dados oficiais.

Uma das vantagens do IFDM é permitir a orientação de ações públicas e acompanhar seus impactos sobre o desenvolvimento dos municípios – não obstante a possibilidade de agregação por Estados. Deste modo, constitui-se uma importante ferramenta de gestão pública e de accountability[¹] democrática.

O IFDM considera, com igual ponderação, as três principais áreas de desenvolvimento humano, a saber, Emprego&Renda, Educação e Saúde. A leitura dos resultados – por áreas de desenvolvimento ou do índice final – é bastante simples, variando entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade. Neste sentido, estipularam-se as seguintes classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento.

Vale salientar que o IFDM (
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal) é diferente de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e são calculados por instituições distintas.

Em 2007, Araguari caiu 50 posições no estado, em relação ao ano de 2006, e obteve pelo IFDM a 93° posição e com relação ao Brasil caiu para 1075° posição com um IFDM de 0,7094, ou seja, uma variação negativa de 0,52%. Conclui-se, portanto, que entre 2000 e 2007 houve um descaso total em relação aos investimentos públicos nas áreas de saúde, educação e emprego no município de Araguari. Araguari neste período pode ter tido um crescimento (de população, de criminalidade, do perímetro urbano, de acidentes de trânsito,etc.), porém, não desenvolveu, ou seja, a população, principalmente de baixa renda que mais sofreu os efeitos negativos da falta de investimentos necessários para garantir sua qualidade de vida.

Em 2006, Araguari obteve pelo IFDM a 43° posição no estado de Minas Gerais. 8° no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, atrás de: Uberlândia, Uberaba, Canápolis, Pirajuba, Santa Juliana, Fronteira, e Itapagibe, respectivamente.

Porém, em 2005, Araguari tinha uma posição muito melhor que a atual. Era o 12° colocado no estado e o 215° no país. Ainda falta conhecermos os índices de 2008. Espera-se sejam divulgados 2011 para avaliarmos a gestão publica do psicólogo Marcos Alvim.

Por outro lado, em 2000, Araguari ocupava a 97° posição no estado e a posição 1147° no país. Conclui-se que no final do governo Milton Lima - gestão 1997-2000 políticas públicas voltada ao desenvolvimento não eram o forte em Araguari. Pelos resultados obtidos em 2005, no primeiro mandato de Marcos Alvim (2001-2004), nossa cidade teve um saldo positivo, onde podemos concluir que os investimentos em áreas de desenvolvimento humano foram satisfatórios. Porém, até a metade de seu segundo mandato (2005-2008), como demonstra os números de 2006 e 2007, teve um saldo negativo nesses investimentos, ou seja, as prioridades caminharam para outros setores e o desenvolvimento humano foi colocado em segundo plano.

O que ocorreu em um período de tempo tão pequeno que Araguari se tornasse uma cidade pior em índices de desenvolvimento? Falta de Planejamento é a resposta.

Mesmos estes índices sendo resultados de uma realidade do passado eles são importantes, pois delineiam diretrizes para os próximos anos e mostra onde é necessário investir mais em áreas que garantam qualidade de vida a população, com sustentabilidade.

Portanto, para obtermos melhores resultados no futuro a gestão pública atual necessita ser revista e passar a considerar estes dados no seu planejamento. Somente a partir do último ano do governo atual, pelo dados da FIRJAN, que iremos conhecer os reais índices de desenvolvimento obtidos pelo nosso município pela gestão do engenheiro e se houve uma mudança no modelo administrativo do município.

Outras informações pode se obter pelo site da FIRJAN.
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[¹] Accountability é um termo da língua inglesa, sem tradução exata para o português, que remete à obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados. Outro termo usado numa possível versão portuguesa é responsabilização. (wikipédia)

A próxima VÍTIMA

Quem não se lembra do Relicário? O bar funcionava na casa do Sr José Jeovah Santos - filho do Cel. Marciano Santos e da Dona Carolina Almeida dos Santos. Jeovah Santos, como era mais conhecido, foi prefeito de Araguari em dois mandatos, o primeiro de 1936 a 1945 e o segundo de 1959 a 1962.

Nesta edificação, além de seus traços arquitetônicos de beleza ímpar, muitos outros traços políticos foram delineados em prol da cidade enquanto Jeovah Santos fora prefeito. Mas tudo isso virou pó.
Fotos: Panoramio by efgoyaz

De propriedade da igreja católica, o externato Santa Terezinha fora dirigido por muitos anos pela senhora Maria Abud. No corpo docente passaram por lá: “dona” Dorinha de Jesus, a “dona” Neuza Cascão, a “dona” Anita Nader, a “dona” Ilça Nader, e tantas outras. No corpo discente: Dr. Carlos Vanez Bedrossian (médico residente nos EUA), Mário Nasciutti (falecido) e tantos outros.
Fotos: Blog Ponto de Vista.

Provavelmente alguém da sua família, também passou por lá. Este prédio que fora o berço educacional de Araguari virou pó e se tornou um ponto negro no centro da cidade para o estacionamento de carros. Afinal, carro – além de inchar as vias públicas, poluir o meio ambiente, causar acidentes pelas mãos dos "loucos" sem educação que não passaram pela escola e muito menos pela auto-escola – é cultura!

Nesta outra edificação muita “impressão” boa de Araguari foi produzida. O desenvolvimento de Araguari passou por ali e continua passando. Quantas empresas não imprimiram suas notas fiscais com o Bonolo. Quantos convites de casamento, de festas e de formaturas não passaram pelas máquinas da Tipografia? Quantas folhas de jornais não foram impressas com as notícias da nossa cidade? Mas tudo isso pode virar pó.



Este prédio será a próxima vítima do “desenvolvimento” a qualquer custo. O imóvel está sendo leiloado e com certeza, por razões óbvias algum grande empresário de Araguari deverá comprá-lo. Para quê? Para demolir por simples “pirraça” contra o legado histórico de Araguari ou para torná-lo um marco de desenvolvimento sustentável? Se o empresário que adquirir este prédio for inteligente, fará um projeto modelo em prol da preservação histórica e cultural de Araguari.

Foto histórica: Prédio funcionou a Casa Serrador e, esta ocasião retratada acima foi a inauguração da bomba de gasolina bem na esquina da Rua Marciano Santos com a Av. Tiradentes.
Fonte: Arquivo Publico e Museu Dr. Calil Porto.


Muitos vão considerar esta matéria como saudosista ou que se propõe o congelamento da cidade pela manutenção de prédios "velhos" na cidade, ou seja, somente na mente dos idiotas que não têm o mínimo de respeito pela sua própria história, a história da cidade é algo descartável. Mas, eu pergunto: qual será a história que vamos mostrar e contar para a geração de 2020, 2030, 2040, 2050...? As futuras gerações irão cobrar e buscar conhecer a história da sua cidade e o que será apresentado? Apenas a destruição como produção cultural.

Araguari, pela falta de conhecimento e prostração da sua população irá deixar sua história, seu legado, sua memória ser abatida pelos abutres, verdadeiros inimigos da cidade que se julgam empreendedores, mas buscam apenas manchar aquilo que temos de mais valioso: nossa cultura.

Mas, o que é cultura mesmo?


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Fonte: PERON ERBETTA, Antonio Fernando. BLOG PONTO DE VISTA. Disponível em http://peron-erbetta.blogspot.com/. 2009.
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Trânsito Humano

Muito se tem falado sobre trânsito em Araguari nos últimos meses. Cada um tem uma solução diferente para resolver este que se tornou um problema em virtude do tão almejado crescimento da cidade, defendido e debatido a exaustão. As soluções apresentadas de afogadilho são sempre aquelas que privilegiam seus autores e não levam em consideração inúmeros fatores.

Araguari, em maio de 2009, segundo dados do DENATRAN possuía uma frota de 45.652 veículos, destes, 48,9% é de automóveis (carros), 25,78% de motocicletas e 25,32% de outros veículos somados (caminhões, ônibus, motonetas, caminhonetes, etc.). Se verificarmos os dados no mesmo período em 2004, ou seja, 5 anos atrás, a frota em Araguari era de 31.230 veículos, sofreu um AUMENTO de 46,18%.

Pela estimativa do IBGE, em 2009 Araguari possui 111.095 habitantes e em 2004 possuía 106.311 habitantes, uma variação de 0,045%, ou seja, a população de Araguari se manteve quase estável, porém o número de automóveis subiu assustadoramente. Em 2004 o número de habitante por veículo era de 3,04 e em 2009 é de 2,43, ou seja, um número maior de pessoas teve acesso à compra de um veículo. Isso por um lado é positivo, pois demonstra a capacidade de crédito e compra das pessoas, houve um aumento do poder aquisitivo. Por outro lado, a estrutura urbana não acompanhou esse crescimento.

Muito em breve, se o aumento continuar nestes índices, a estatística será inversa, ou seja, teremos tantos veículos por habitante e se assim acontecer, o caos tomará conta da cidade.

Mas por que as pessoas sentiram a necessidade de comprar um veículo?

Se a análise for feita sobre a expansão urbana, não justifica esse aumento no número de veículos, pois, a estrutura urbana permanece a mesma, ou seja, não houve uma expansão urbana horizontal elevada, com a criação de novos bairros, nos últimos cinco anos.

Se a análise for feita sob a ótica do distanciamento da população em relação as suas atividades cotidianas, ou seja, a necessidade de deslocamento devido a mudanças físicas geográficas da habitação em relação ao trabalho, a escola, ao lazer, até justifica a compra de um veículo. Mas, será que as pessoas se distanciaram tanto assim ao ponto de justificar o aumento da frota?

Se analisarmos por outros lados, podemos até encontrar explicações que justifiquem esses números, mas para isso temos que responder alguns questionamentos:

1 – Uso do automóvel foi incentivado?

2 – O transporte público coletivo é eficiente?

3 – Há planejamento de controle e ordenamento do uso e ocupação do solo?

4 – A população está sendo expulsa para uma periferia distante das suas atividades?

5 – A compra do veículo foi por necessidade ou por vaidade?

Além destas, inúmeras perguntas podem ser feitas para o diagnóstico deste aumento de veículos.

O fato é que esta situação é permanente. Neste exato momento os números aqui apresentados já se tornaram obsoletos, pois a cidade é dinâmica, assim como tudo que a envolve.

Com o aumento do tráfego, em conseqüência do aumento do número de veículos, a cidade eleva seus índices de crescimento, como por exemplo, aumenta os custos com o combustível, o tempo de deslocamento aumenta e a cidade se torna mais lenta, a estrutura urbana necessita de expansão, aumenta a necessidade de vagas de estacionamento, aumenta os índices de poluição, as redes de equipamentos urbanos (água, esgoto, iluminação, etc.) se tornam mais caras, o que será pago pela população - a grande prejudicada nisso tudo.

É esse crescimento que você almeja para sua cidade?

Araguari irá receber brevemente quase 2.000 novas habitações pelo programa Minha Casa, Minha Vida. As pessoas beneficiadas serão aquelas que ganham entre 1 e 3 salários mínimos. O local onde estas pessoas irão morar irá beneficiá-las em relação aos seus deslocamentos diários? O direito de ter a sua casa própria é legitimo, porém formou-se no país a cultura de que o menos abastado terá que ir para a periferia, distante de tudo e o mais abastado, próximo de tudo. Essa maneira de pensar faz uma separação clara entre aqueles que possuem veículos individuais (mais abastados) e aqueles que dependem do veículo (menos abastados).

Esse paradigma é o maior causador da ineficiência do trânsito, pois ao mesmo tempo em que se expulsa as pessoas para a periferia, não lhes oferecem condições dignas de deslocamento, ou seja, de mobilidade urbana, oferecendo-lhes um transporte urbano coletivo com qualidade. Sendo assim, as pessoas se vêem obrigadas a dispor de um crédito facilitado para comprar seu transporte individual, inchando as cidades.

Como pode observar, a cidade é uma rede interligada e cada nó é um ponto que estabelece as inter-relações entre todas as suas atividades, ou seja, o trânsito está ligado com a estrutura urbana, que está ligada com o uso e ocupação do solo, que está ligado com o planejamento, que está ligado com as políticas públicas que estão ligadas as necessidades da população.

Neste sentido, tendo como foco o trânsito, a falta de planejamento estimula a ampliação do uso do transporte individual e deixa o desenho urbano a mercê das forças de mercado que aproveitam desta deficiência urbana para impor os seus interesses, exatamente pelo fato de não haver políticas públicas voltadas para um trânsito mais humano, com prioridade para o pedestre, a bicicleta e para o transporte urbano coletivo, algo muito utilizado em cidades desenvolvidas.

Portanto, toda solução leiga é um mero paliativo nesse sistema complexo que é o trânsito, o tráfego e o transporte. O comodismo e os privilégios individuais têm que acabar. Uma cidade é formada por um grupo de pessoas e é para esse grupo como um todo que as soluções têm que ser pensadas, planejadas e colocadas em prática.

Faça sua parte, você também é responsável.

Tenha educação no trânsito.

Preserve a vida!

ARAGUARI, 121 ANOS

Atualizado em 25/08/2009 as 22:25h

Tudo começou quando em princípios do século XIX foi criado o povoado sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre. Um povoado é elevado à freguesia quando a administração religiosa e civil é sobreposta. A igreja católica, quando elevada à paróquia adquire o direito de realizar os sacramentos e passa a contar com um padre, sendo necessário que haja uma capela. Em torno da capela inicia-se a formação do povoado com a construção das primeiras casas.

Em 02 de abril de 1840, através da Lei Provincial nº 1847 foi criado à freguesia do Brejo Alegre. Em 1864 a Lei Provincial n° 1.195 de 6 de agosto, criou o distrito de Ventania. Em 19 de outubro de 1882 a Lei Provincial n° 2.996 elevou o arraial da Ventania à vila de Brejo Alegre. Em 31 de março de 1884, deu-se a instalação do município, dando posse à sua primeira Câmara.

Em 28 de agosto de 1888, a Lei n° 3.591 elevou a Vila de Brejo Alegre à categoria de cidade de Araguary (região das águas cristalinas). O nome e o projeto são de autoria de Pe. Lafaiete de Godoy, que nessa ocasião, era Deputado Provincial (Fonte: Arquivo Público Municipal).

De 1840 a 1888, ou seja, 48 anos foram necessários para que, de freguesia Araguari se tornasse cidade. Como se pode observar, uma cidade não se nasce do dia pra noite. Para que a geração atual possa conhecer esse legado foi necessário um trabalho de registro histórico ao longo de todos esses anos, de preservação e manutenção do nosso patrimônio cultural. De 1888 a 2009, ou seja, em mais de 121 anos foram construídos um legado, onde muitas pessoas contribuíram para que Araguari chegasse ao século XXI com uma identidade arquitetônica, urbanística e paisagística, bem como, política, empresarial, histórica, cultural e artística.

Entre essas pessoas destaca-se: Pe. Lafaiete de Godoy (deputado provincial); Tertuliano Goulart (presbítero); Achiles Widulick (engenheiro ferroviário); Prof.ª Odette Machado Alamy (musicista); Dr. José Jheovah Santos (prefeito); Luiggi Chiovato (imigrante italiano fazendeiro); Joaquim Aníbal (comerciante); Padre Nilo Tabuquini (religioso católico); Adolfo Carlos Carísio (construtor e líder espírita); Geraldo França de Lima (escritor); Júlio Erbetta (eletricista da Cia Prada); Dr. Calil Porto (primeiro cardiologista em Araguari), José Francisco de Campos (panificador); Realino Vieira Guimarães (pastor batista); Nephitali Vieira (farmacêutico); Geraldo Vieira (fotógrafo); Abdala Mameri (historiador); Luiz Nasciutti (industriário); Hermogênio Dorázio (industriário); Afif Rady (tipógrafo); Milton Lemos da Silva (prefeito); Milton Lima Filho (deputado); Dr. Sebastião Campos (médico pediatra); Romeu de Campos (taxista); Wanda Pieruccetti (professora); Antônio Fernando Perón Erbetta (advogado); Odilon Neves (radialista); Ney Montes Pinto (esportista); Marizete Nader (jogadora de futebol feminino); Latifa Cafrune (datilógrafa); Ronan Barbosa (contabilista); Euclides Luciano - Bim (jogador de futebol); Jofre Alves Martins – Patesco (vereador); Marlene Rodrigues da Cunha (primeira vereadora); Jheovah Bittencourt (poeta) e a família ferroviária representada aqui por Mário Nunes e Alaor Puga. Estes são os escolhidos para homenagear tantos outros araguarinos de nascimento e de coração, de inúmeras profissões, cores, raças e religiões que fizeram e fazem desta cidade uma “cidade surpresa”.

A história de Araguari se confunde com a história ferroviária, prova disso que Achiles Widulick - engenheiro responsável pela construção do trecho da estrada de ferro Araguari – Uberlândia da Cia. Mogiana - elaborou a primeira planta projetando a delimitação urbana. Um traçado urbano muito arrojado para a época, com ruas largas e praças bem localizadas.

Araguari teve seu auge econômico com a chegada da ferrovia, tanto a Estrada de Ferro Mogiana como a Estrada de Ferro Goiás - EFG, cuja sede era em Araguari. Da mesma forma viu sua decadência com a mudança da sede da EFG em 1954 para Goiânia.

O período de baixa auto-estima se prolongou por várias décadas até o final do século XX, mas a nossa cidade volta a sorrir a partir do engajamento da sociedade em realizar o resgate de sua identidade. Inicia-se, então, o processo de retomada de auto-estima e do desenvolvimento econômico, social e cultural. Araguari volta a ser a cidade sorriso.

O século XXI é marcado com o inicio de um novo tempo. Um tempo de amadurecimento cultural com a chegada de um campus universitário. A partir desse momento os araguarinos começam a acreditar na sua força. E como a áurea da cidade mudou, novos investimentos e investidores chegam e novas oportunidades são vislumbradas.

Araguari até chegar ao que se tornou hoje passou por um caminho de grandes lutas, mas a batalha ainda não terminou. A batalha que se têm para enfrentar agora em diante é de dotar a cidade de qualidade de vida por meio de ações sustentáveis. É de criar um ambiente urbano propicio a integração do histórico com o moderno. É de dotar a cidade de serviços de saúde, educacionais, de saneamento, de lazer e de segurança pública com qualidade. É de garantir o direito de ir e vir priorizando e respeitando o pedestre, permitindo-lhe mobilidade e acessibilidade com conforto e segurança. É de criar oportunidades as pessoas, permitindo-lhes o direito de escolha para o seu desenvolvimento moral e intelecto-profissional. Enfim, é hora de entender a diferença entre desenvolvimento e crescimento e de planejar as prioridades.

28 de agosto de 2009. É momento de festa e de comemorar pela consciência de que é trabalhando que transformamos dificuldades em oportunidades pela união em torno de um único objetivo: o desenvolvimento da cidade.

Araguari, 121 anos...

... de valorização da sua identidade.

... de encantos e belezas mil.

Durante esse período nossa cidade nos ensinou que ela não precisa ser comparada a nenhuma outra, tem identidade própria, história, raízes, disposição para avançar propiciando qualidade de vida a seu povo, pois ArAguaRi é:

Infinita como o AR;

Sublime como a ÁGUA e

Agradável como um sorRIso.

Parabéns araguarinos!!!

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Alguns dados sobre a cidade (clique na imagem para ampliar):

Crescimento x Desenvolvimento

Sempre que se "comparam" as cidades o ponto principal é analisar "como elas cresceram".

O crescimento é baseado em números, ou seja, número de habitantes, número de indústrias, número de universidades, número de hospitais, número de vereadores na Câmara Municipal, enfim, no Brasil um número é o diferencial.

No meu entendimento, o crescimento é uma conseqüência do desenvolvimento. Para se alcançar o desenvolvimento é necessário dotar a cidade de condições para que o ser humano possa viver com qualidade de vida. Como qualidade de vida é subjetivo, ou seja, o mínimo para uma pessoa viver pode ser o máximo para a outra, depende apenas daquilo que a satisfaça num determinado momento.

Desenvolvimento é medido observando indicadores econômicos, sociais, culturais, ambientais, de sustentabilidade e o quanto isso é revertido em prol do ser humano para que ele possa ter uma vida digna.

Crescimento está diretamente ligado a quantidade, por outro lado Desenvolvimento está diretamente ligado a qualidade.

O Brasil, Minas Gerais e o Triângulo Mineiro ainda estão longe de oferecer desenvolvimento a sua população, pois ainda é mais forte o sentimento de crescimento a qualquer custo, um exemplo é o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento. Nunca irão criar o PAD - Plano de Aceleração do Desenvolvimento, pois o ser humano acostumou a receber o cartão magnético intitulado "Bolsa Família" e ter o mínimo para sobreviver e não busca o máximo para viver dignamente.

O planejamento é uma das principais ferramentas para delinear o desenvolvimento de uma cidade. O Planejamento Físico-Territorial, uma atribuição de ARQUITETOS E URBANISTAS, é formado por um conjunto de atividades que engloba:

  1. Planos de Intervenção no Espaço Urbano fundamentados nos Sistemas de Infra-estrutura, Saneamento Básico, Sistema Viário, Tráfego e Trânsito Urbano e Rural;
  2. Planos de Intervenção no Espaço Metropolitano fundamentados nos Sistemas de Infra-estrutura, Saneamento Básico, Sistema Viário, tráfego e Trânsito Urbano e Rural;
  3. Planos de Intervenção no Espaço Regional fundamentados nos Sistemas de Infra-estrutura, Saneamento Básico, Sistema Viário, Tráfego e Trânsito Urbano e Rural;
  4. Sinalização;
  5. Acessibilidade;
  6. Inventário Urbano e Regional;
  7. Parcelamento do Solo: Loteamento, Desmembramento, Remembramento e Arruamento;
  8. Gestão Territorial;
  9. Planejamento Urbano;
  10. Plano Diretor;
  11. Traçado de Cidades;
  12. Cadastro Técnico;
  13. Assentamentos Humanos;
  14. Requalificação de Áreas Urbanas;
  15. Requalificação de Áreas Regionais;
  16. Avaliação Pós-Ocupação; e
  17. Desenho Urbano.

Os valores estão invertidos. E isso pode causar situações irreversíveis no futuro. A responsabilidade do administrador público é grande quando se omite ou quando coloca pessoas sem preparo para exercer funções incompatíveis com sua formação.

Infelizmente cidades do porte de Araguari, mesmo tendo uma secretaria municipal de planejamento com funcionários com atribuições ou competência para exercer as atividades listadas acima, conforme rege a Resolução 1010/2005 do CONFEA, , realizam essas atividades com pessoas sem o mínimo preparo técnico, inclusive de outras secretarias, de forma aleatória e baseadas em achismos. Parafraseando Boris Casoy: "Isso é uma vergonha".

Nesse sentido, intervenções erradas podem gerar conflitos e ceifar vidas. Ai eu pergunto, quem será o responsável por isso? O prefeito? O Secretário? A cidade? Não, a SOCIEDADE, por aceitar promessas a troca de migalhas para beneficiar um ou outro, quando devemos olhar de um ângulo mais amplo, de forma que as intervenções na cidade atendam a coletividade.

Sendo assim, é mister a criação do Conselho da Cidade, um órgão deliberativo, propositivo e consultivo que irá articular políticas de desenvolvimento urbano, social, ambiental e rural, bem como, fiscalizar ações que tenham cunho apenas político-partidário.


Artigo publicado no Jornal Gazeta do Triângulo, em 06/03/09, ed. n° 7731. OPINIÃO. pg.2.

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