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Ah! Se esta rua...

"Se esta rua se esta rua fosse minha / Eu mandava, eu mandava ladrilhar / Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante / Para o meu, para o meu amor passar."
Ou seria melhor esta versão:
"Se esta rua se esta rua fosse minha / Eu mandava, eu mandava pavimentar/ Com camadas, com camadas de asfalto/ Para o meu, para o meu carro passar."

Concordo, que várias ruas com pavimentação em pedras (basalto) sejam pavimentadas com asfalto, mas gostaria que fossem respondidas as seguintes questões:

a) Será refeita a tubulação de distribuição de água que data dos anos 40 e está toda enferrujada (sim, enferrujada, pois, os canos são de ferro)?

b) Será refeita a tubulação de coleta de esgoto que data dos anos 40 e ainda é de manilha (tubo cerâmico)?

c) Será feita a galeria de captação de águas pluviais ou esse escoamento será superficial?

d) No caso da Rua Bias Fortes e todas as outras vias que possuem aclive/declive (depende do referencial) acentuado, será feita a contenção e captação das águas pluviais para evitar o arrastamento do pavimento devido a velocidade das águas superficiais?

e) Com o asfaltamento das vias, estas passarão a ter mão unica de direção para descentralizar o fluxo dos véiculos?

f) Para evitar os acidentes, as vias serão sinalizadas e os condutores de veículos respeitarão a legislação?

g) O Pavimento de pedra (basalto) possui vida útil longa, o que falta é a devida manutenção. Qual será a vida útil do pavimento asfástico que será colocado nestas vias?

h) Quando tiver que fazer manutenção das redes de água, esgoto e pluvial, o corte no asfalto será como é feito hoje em dia, deixando a via cheia de obstáculos e trincas devido aos remendos mal feitos?

i) Esse discurso de pavimentar ruas de pedra é apenas político, da simples vontade da minoria ou possui estudo técnico realizado por empresa habilitada para dizer qual é o melhor pavimento para as ruas de Araguari?

j) Quando alguém sugere obras públicas, este realizou ou solicitou a um profissional habilitado, algum projeto ou parecer técnico sobre a viabilidade de tal obra ou simplesmente joga no ar uma possibilidade e gera uma ilusão na população?

Vamos refletir sobre cada um destes pontos e verificar se o governo municipal terá verba suficiente para realizar todas estas obras, antes de colocar o pavimento do progresso e da modernidade nas vias de Araguari: o asfalto.

Creio, que antes de pavimentar algo que já está pavimentado, deve-se pavimentar as ruas de terra da periferia - caso de saúde pública, e fazer as galerias de água pluvial nos bairros novos que estão inundando a cada chuva, devido a falta de exigências - por parte da Secretaria de Obras - aos loteadores. Este gasto agora deverá ser arcado pela atual e próximas gestões.

Dinheiro público deve ser usado com planejamento e respeito.

Qual sua opinião a esse repeito? Deixe seu comentário.

Seu direito de IR e VIR é respeitado?

Constitucionalmente você tem o direito de ir e vir, mas será que você pode mover-se pela cidade e tem acesso a todos os espaços públicos com plena liberdade e autonomia? Vamos analisar algumas questões e refletir um pouco sobre mobilidade urbana sustentável e acessibilidade universal.

Provavelmente você conhece várias pessoas com inúmeros tipos físicos, de diversas idades e que desenvolvem diferentes atividades ao longo de sua vida. Neste grupo de pessoas não me refiro somente às pessoas consideradas “normais”, mas aos idosos, gestantes, recém-nascidos, crianças, jovens, magros, obesos, altos, baixos, destros, canhotos, cadeirantes, acidentados, fraturados, .... . Mesmo algumas pessoas possuindo deficiência ou estarem com a mobilidade reduzida, todas são normais e podem desenvolver atividades, bastando para isso terem igualdade de condições e de oportunidades em relação a todos os outros.

Sabemos que na teoria tudo é perfeito, mas na prática a realidade é outra, exatamente, pelo fato das pessoas consideradas “normais” não sentirem na pele ou não quererem enxergar as dificuldades impostas pela cidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devido às inúmeras barreiras arquitetônicas que são construídas com a conivência do poder público, em todos os níveis.

Para um melhor entendimento dos termos usados aqui, eis algumas definições:

deficiência: Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente.” (NBR 9050, 2004)

pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros.” (NBR 9050, 2004)

O IR e VIR estão relacionados à necessidade de mover-se por todos os espaços de uma cidade, seja ele público ou privado, para a realização de atos diários que garantam a sobrevivência ou satisfaçam desejos, vontades ou interesses.

O acesso a qualquer lugar deve estar ao alcance de qualquer pessoa. Mobilidade Urbana Sustentável é um atributo associado às pessoas e correspondem as suas necessidades de deslocamento no espaço urbano (Ministério das Cidades, 2004), ou seja, deslocamento a pé e por veículo motorizado ou não. A mobilidade se torna sustentável quando se valoriza o deslocamento do pedestre e prioriza o transporte coletivo de massa; prioriza o transporte não motorizado (bicicleta, pedestrianismo,...) para deslocamentos individuais; reduz drasticamente os níveis de poluição dos transportes motorizados; associam-se a política de uso de solo prioridades como as moradias próximas aos locais de trabalho e próximas a corredores de transporte coletivo.

A Acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (NBR 9050, 2004). Para ser acessível à edificação, o espaço, o mobiliário ou o equipamento urbano deve ser dotado(a) de condições que ofereçam interação, alcance, conforto, mínimo esforço físico, comunicabilidade, flexibilidade e equiparação entre usuários com ou sem deficiência ou mobilidade reduzida.

A autonomia do cidadão é o principio básico da sua liberdade. Se este princípio estiver incompleto, seu direito individual de ir e vir está sendo desrespeitado.

Ao deslocar pela cidade, observe seu trajeto, tire fotos de barreiras que você sente dificuldade em transpor e denuncie, pois as Leis Federais 7.853/1989 e 10.098/2000, Decreto Federal 3.298/1999, a norma técnica da ABNT NBR 9050/2004, entre outras, regulamentam seu direito, mas se você não exercer a sua cidadania, também, está sendo conivente com o desrespeito e os abusos.

O respeito ao próximo é a demonstração da cultura, formação, educação e evolução de um povo.

Obs: Artigo publicado no Jornal Gazeta do Triângulo, edição n° 7720, p.02, Opinião. Ano 72, 18/02/2009.

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Olhar Urbano - Cenas do cotidiano urbano de Araguari

Bicicleta estacionada em local proibido e impedindo o acesso a uma rampa de acessibilidade

Carro estacionado sob a faixa de pedestre e impedindo o acesso a uma rampa de acessibilidade.

Calçadas com degraus ou rampas fora das dimensões estabelecidas pela NBR 9050/2004.
Degraus para entrar em edifícios públicos, quando o certo seria rampa.


Tapume de construção impedindo a livre circulação e bicicleta estacionada em local proibido reforçando o desrespeito as leis.

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