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UM NOVO MODELO DE CARNAVAL

O carnaval é uma festa do povo que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. e que marcava o período de agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção (CABRAL, 2009). Em certo período os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais como forma de comemorarem a alegria e as conquistas.
É um período de festa regido pelo ano lunar, ou seja, ocorre sempre na 7ª semana que antecede a Páscoa que ocorre no primeiro domingo após o 14° dia de lua nova. O Carnaval tem duração dos três dias que antecedem a quarta-feira de cinzas. Esta comemoração é marcada pelo “adeus a carne” devido ao fato de preceder a quaresma: um período de 40 dias de privações e jejum que foi instituído pela igreja católica como preparação espiritual para lembrarmo-nos da crucificação de Jesus Cristo – a sexta-feira Santa, o sábado da Aleluia – onde se malha o Judas, o traidor e a comemoração, no domingo, da Páscoa – ressurreição de Cristo.

O Brasil teve influência européia, pelo Renascimento, na adoção do baile de máscaras, desfiles de fantasias e carros alegóricos, principalmente no Rio de Janeiro. Araguari foi influenciada pelos cariocas e por muito tempo manteve a tradição dos bailes de carnaval e o desfile de escolas de samba, guardadas as devidas proporções.
Com o advento dos trios elétricos, principalmente em Salvador/BA, e o carnaval fora de época, foram deixadas de lado as máscaras e fantasias do carnaval mais lúdico. Foram adotadas as práticas dos gregos e romanos, ou seja, uma festa da carne, regada com muita bebida alcoólica, fumo e práticas sexuais.
O carnaval contemporâneo se tornou apenas uma festa e conforme o dicionário Aurélio uma confusão, trapalhada e desordem o que classifica perfeitamente o carnaval de Araguari. Como festa do povo não se tem mais essa tradição. Não se pode considerar aprazível e esteticamente belo o que é apresentado como desfiles de fantasias e carros alegóricos pelas escolas de samba da cidade. São quarenta mil reais de dinheiro público jogados no lixo.
Como tudo na vida é dinâmico, os carnavalescos e foliões de Araguari deveriam repensar o modelo de carnaval a ser adotado na cidade. Não temos o dinheiro e a tradição das escolas de samba cariocas para realizar um carnaval bem estruturado e com qualidade. Não temos a pretensão de tirar Claudia Leite ou Ivete Sangalo do circuito Barra – Ondina (Salvador) e trazer para o circuito Mato Grosso – Minas Gerais (avenidas), mas podemos criar um modelo nosso, sem comparações, onde a festa do povo pode ser realmente feita pelo povo e se tornar única, onde cada um escolhe a maneira de se divertir, porém, organizadamente. Nestes moldes, a festa seria bancada pela iniciativa privada com o suporte do poder público. Um carnaval que percorresse as avenidas de Araguari num mix musical para todos os gostos, como resgate de uma atividade lúdica com foco na inocência de todas as idades.
Em Araguari podemos agregar valor a nossa festa para que se torne um marco turístico e cultural. Temos que comemorar, sim, nossas alegrias, conquistas e nossa produção, sobretudo, comemorar a vida com respeito e segurança regados com bom humor e sem preconceitos.
Que o carnaval de Araguari em 2011 seja o marco inicial do advento de uma década de transformações culturais e a abertura de um período de conquistas e alegrias que deverão ser plantadas, neste exato momento, por meio da semente do discernimento e do bom senso.

Fonte Bibliográfica:
CABRAL, Gabriela. HISTÓRIA DO CARNAVAL. 2009. Disponível em http://www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval.htm

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