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As vantagens do calçamento de pedras

A compilação do texto abaixo reflete exatamente o meu pensamento pessoal e técnico em relação a pavimentação das inúmeras ruas de pedras da cidade de Araguari.


Tipos de Pavimentos de Ruas, Pátios e Pistas de Rolamento

O uso de pedras para pavimentar os caminhos do homem remontam aos tempos históricos. Era usado desde os gregos, os egípcios e os chineses. Por falta de tecnologia as primeiras vias eram pavimentadas com pedaços de pedra de todos os tamanhos. Com o domínio da arte de forjar ferramentas, o homem passou a cortar alguns tipos de pedras com maior simetria, que puderam ser utilizadas para diversos fins.

Usando mármore e granito o homem agora podia construir templos, igrejas, castelos e outras edificações. As ruas das cidades recebiam pavimentação a partir do corte rústico do granito, basalto, arenito e outras pedras menos rígidas.

Existem vários exemplos de estradas, ruas, praças e pátios construídas há milênios com estes tipos de pavimento e que ainda hoje servem a população, de forma eficiente e barata. Esses pavimentos de pedra resistiram aos séculos. São o testemunho de uma prática ecológica e eficiente de se urbanizar as cidades e garantir o bem estar dos moradores.

No Brasil, uma dos mais antigos caminhos pavimentos, a Estrada Real, que liga o Porto de Paraty no Rio de Janeiro à cidade mineira de Ouro Preto, construída há cerca de 400 anos, é hoje um dos principais atrativos turísticos daquela região, sendo responsável por movimentar a economia de inúmeras cidades que compõem o entorno da Estrada Real.

Com o aprimoramento das ferramentas e das técnicas de corte, o homem passou a padronizar o tipo de material, para cada finalidade de aplicação. Entretanto, pedras como o basalto e o granito continuariam sendo usadas para a pavimentação, por serem de maior resistência ao desgaste pelo atrito e, portanto, terem um tempo de vida longo, o que justificavam a implantação dos projetos.

Com o surgimento dos britadores e a descoberta do cimento, o homem passou a fabricar outros tipos de pavimentos com o concreto, como é o caso dos diversos tipos de bloquetes, ou aplicando diretamente o concreto na pavimentação.

Com a chegada do petróleo foi desenvolvido o processo de pavimentação com asfalto, que é a combinação do piche e outros subprodutos derivados do petróleo com a mesma brita usada no concreto.

Os relatos históricos indicam que os pavimentos feitos a centenas de anos com pedras sofreram pouquíssimo desgaste até a atualidade, e ainda projetam um prazo indeterminado para o desgaste total dos diversos tipos de pavimentos, executados com as diversas variedades de pedras.

Podemos citar uma infinidade de cidades milenares com pavimentações de paralelepípedos em basalto, granito, arenito e outros tipos de rochas, que são preservadas na atualidade. No entanto vamos nos ater a algumas onde os pavimentos com mais de 1000 anos de idade encontram-se em perfeito estado e parecem ter sido feitos recentemente, como é o caso de:

  • Capela Sistina em Roma de 1508 a 1512, o calçamento foi feito 20 anos depois;
  • Coliseu em Roma concluído no ano 37, sem registro do ano do calçamento;
  • Praça vermelha em Moscou pavimento em pedra feito provavelmente há 1200 anos;
  • Avenida Damrak centro de Amisterdan pavimento com mais 350 anos;
  • Arco do Triunfo Paris, calçamento com mais de 700 anos;
  • Lisboa - Portugal, pavimento com mais de 500 anos em perfeito estado de conservação;
  • Ladeiras da cidade de Ouro Preto, calçamento feito por volta do ano de 1720;
  • Praça em Ouro Preto, calçamento tombado no centro histórico.
A Pavimentação das Ruas

A pavimentação das ruas faz parte do contexto das obras de infra-estrutura e de saneamento, uma vez que esta medida promove a higienização das cidades. Mas para tal é necessária a execução de obras estruturais que antecedam este processo, como é o caso das galerias pluviais, redes de esgotamento sanitário e redes de distribuição de água.

No caso da execução das obras de infra-estrutura, ou possíveis reparos nas já existentes sob os pavimentos, é necessário a remoção do mesmo e após a conclusão das obras, é preciso fazer a recuperação do pavimento, buscando ao máximo o estado original do mesmo. No caso dos pavimentos construídos com pedra ou bloquetes, quando removidos, a recuperação, se bem executada não deixa perceber que houve qualquer interferência no pavimento original. O mesmo já não acontece com o asfalto, uma vez aberto, o pavimento fica com uma cicatriz para sempre, a não ser que se remova o restante do pavimento e refaça tudo novamente, opção que se torna inviável, devido aos altos custos que exigidos para sua execução.

Para a execução de qualquer pavimentação, além das obras de infra-estrutura citadas anteriormente, deve-se fazer a compactação da sub-base e da base, o que garante a estabilidade e qualidade do pavimento. Agora quando se aproveita um pavimento já existente como base para outro, deverão ser analisado as condições de todas as infra-estruturas e até a estabilidade do existente.

No caso de sobrepor uma camada de asfalto sobre um pavimento de pedra,  pode-se afirmar que existem muitos inconvenientes, relatados a seguir:

1.As redes de água são muito antigas e a maioria se encontra fora de padrão;
2.Existe grande número de redes de esgoto antigas já no final de sua vida útil;
3.Galerias de pedras(ou de tijolos - grifo nosso) já ultrapassadas e subdimensionadas;
4.Galerias existentes fora de norma e sem cadastro;
5.O asfaltamento sob o calçamento de pedras promove a impermeabilização total do solo;
6.Aumento demasiado do calor nas ruas asfaltadas em relação ao calçamento;
7.Eliminação da vegetação existente entre as pedras;
8.Aumento da velocidade dos veículos motorizados, e conseqüentemente maior ocorrência de acidentes;
9.Aumento da velocidade de escoamento das águas pluviais;
10.Pequena vida útil do pavimento asfáltico.

1.Redes de água muito antigas
(...) existe um grande número de ruas da cidade em que as redes de distribuição de água e adutoras são muito antigas. Entre estas redes existem algumas com tubulação fora de padrão, outras com material fora de norma como é o caso dos tubos de cimento amianto e uma grande maioria das redes mesmos dentro do padrão, já está com a vida útil comprometida pela idade de funcionamento. Tal fato pode ser comprovado pelo número visível de intervenções nas vias públicas, inclusive naquelas que foram recentemente recapeadas sem um devido estudo e avaliação técnica das condições de infra-estrutura, (...).

2.Redes de esgoto ultrapassadas
Já as redes de esgotos estão muito velhas e necessitam de reparos constantes, fazendo com que as equipes de manutenção da SAE tenham que abrir constantemente as vias para a manutenção dos serviços. Outro agravante que foi levantado é o lançamento de água de chuva na rede coletora de esgoto, pelo fato de no passado a cidade não ter galerias pluviais. É bom salientar, que este processo de lançamento de água de chuva, tem sua maior incidência na parte velha da cidade. Este problema é claramente visível após chuvas um pouco mais fortes, onde vários tampões da rede coletora são arrancados do local pela pressão exercida pela água de chuva, que não consegue escoar pelas redes de esgotos.

Em muitos casos a própria rede não suporta a pressão da água de chuva lançada indevidamente, uma vez que não foi dimensionada para tal carga e acaba sendo danificada, provocando enormes crateras nas ruas, de difícil reparo, pior ainda, são os danos que não aparecem na superfície e que causam o vazamento de esgoto.

Para as equipes de manutenção, é um pavor reparar uma rede em ruas que foram recapeadas com asfalto sobre qualquer tipo de calçamento, já que não adianta recortar o asfalto com a máquina porque este não coincide com a amarração das pedras, ficando todo desigual para recomposição. Para piorar a situação do trabalho, torna-se complicado a remoção dos pavimentos, uma vez que a capa de asfalto aderiu ao calçamento.

3.Galerias de pedras ultrapassadas
Com as galerias pluviais não é muito diferente, algumas foram construídas dentro das normas nos últimos anos, as demais são muito antigas e muitas de pedra, ou tubo de amianto,  manilhas ou de tijolos principalmente na parte mais antiga da cidade. Estas galerias estão hoje subdimensionadas, já que com o crescimento da cidade foram se somando umas as outras e sobrecarregando o sistema de drenagem que já era obsoleto para a quantidade da água captada. Por isso nos últimos anos estas galerias vêem provocando muitos danos nas ruas, por causa dos rompimentos freqüentes, após algumas chuvas torrenciais que ocorrem na região.

4.Galerias fora de norma e sem cadastro
O atual sistema de drenagem da cidade terá que passar por um estudo de contribuição de bacia, onde se determinará as vazões de suporte das redes existentes e quando for detectada insuficiência na vazão, deverão ser projetadas redes auxiliares para solucionar os problemas existentes.

5.Impermeabilização total do solo
O recapeamento das ruas calçadas com paralelepípedo ou bloquete com camada de pavimento asfáltica, irá provocar uma impermeabilização total das vias, aumentando a velocidade de escoamento e conseqüentemente maior será o poder de arraste, logo haverá maior desgaste pelo atrito. Some-se a isso o maior volume de água despejado no mananciais, acelerando o processo de assoreamento dos cursos d´água, principalmente no córrego Brejo Alegre, que já está urbanizado (grifo nosso)

Todos os calçamentos dos tipos paralelepípedo, pé de moleque, bloquetes, sem rejuntamento de argamassa são considerados pavimentos ecologicamente corretos, permitindo a infiltração da água da chuva. As vantagens desta infiltração vão desde a recarga do lençol freático, á diminuição da vazão escoada para os mananciais, o que diminui os riscos de enchentes a jusante dos pontos de lançamentos.

6.Aumento demasiado do calor
Outro ponto importante que devemos salientar é quanto ao aumento da temperatura, o que acontece após o recapeamento das ruas pavimentadas com pedras ou bloquetes, pela camada de asfalto. Este aquecimento é nítido, podendo ser comprovado com depoimento da maioria dos moradores que tiveram suas ruas com calçamentos tradicionais cobertas por camada de asfalto. Cientificamente este fato pode ser comprovado em estudos de medições que podem ser feitos sem muita dificuldade.

Isto acontece porque o asfalto, embora sendo uma camada fina, tem o poder de absorver calor durante o período de insolação. Este calor absorvido é liberado para o meio, o qual pode ser sentido ao andar pelas ruas asfaltadas. A temperatura é tanto que podemos sentir a liberação do calor nos pés, após andarmos por algum tempo sobre um pavimento de asfalto, depois de um dia ensolarado. O aquecimento é tão grande, que o pavimento asfáltico chega a derreter e até enrugar, nos pontos onde o transito é pesado e intenso.

O pavimento de asfalto ainda continua irradiando calor por um bom tempo após o sol se pôr o que provoca um maior aquecimento das paredes externas das casas, que conseqüentemente, acaba liberando parte deste calor para o interior das residências, causando um desconforto térmico muito grande. Segundo estudos, o aumento da temperatura é de até 3º C, mas com sensação térmica de 5º C.

No calçamento de pedra o comportamento é totalmente diferente, uma vez que este tipo de pavimento, por características geológicas, absorve menos calor. Este comportamento se deve, além das características da rocha, a espessura do calçamento em contato com a base (solo) facilita a dispersão do calor absorvido, não irradiando o calor por muito tempo depois do período de insolação, deixando a temperatura mais amena e tornando o clima mais agradável.

7.Eliminação da vegetação existente entre as pedras
Outra grande vantagem dos pavimentos de bloquetes ou pedras, é que depois de algum tempo aparecem fungos e gramíneas inseridas entre as juntas, ou seja, nas partes que normalmente são preenchidas com areia.

Estas colônias de vegetais que aí proliferam podem ser imperceptíveis para muitos, mas desempenham funções importantes para o meio ambiente como a absorção de água e nutrientes; retenção de parte dos sólidos carreados pela água de chuva; micro partículas de poluição como é o caso do próprio desgaste do asfalto; borracha do desgaste de pneus e resíduos de lona de freios dos veículos que são altamente tóxicos. O papel exercido por estas vegetações contribui diretamente com a qualidade da água e conseqüentemente da vida aquática. Estas plantas que crescem entre os calçamentos, ajudam ainda, a diminuir a velocidade de escoamento das águas superficiais e contribuem de forma substancial para dissipar o calor recebido pelo calçamento. Além do fato de que estas pequenas plantas realizam fotossíntese capturando o CO2 liberado pelos carros e liberando o O2 para o ambiente. É bom lembrar que elas não prejudicam os aspectos visuais das vias, uma vez que são muito pequenas e as que sobressaem das juntas das pedras, os pneus já fazem a poda com o atrito no calçamento.

8.Aumento de velocidade dos veículos
Com o asfaltamento sobre as ruas com pavimento de paralelepípedo acontecerá um aumento significativo na velocidade dos veículos motorizados, aumentando os riscos de acidentes com pedestres e bicicletas afetando diretamente as crianças, idosos e deficientes, que têm os reflexos mais lentos e limitações na locomoção.
Com o asfaltamento o número de veículos pesados aumentam danificando a pavimentação, as galerias de água pluvial, esgoto e água potável.

9.Aumento da velocidade do escoamento das águas pluviais
Outro ponto agravante com o asfaltamento das ruas é o aumento da velocidade de escoamento das águas de chuva, uma vez que a camada de asfalto é impermeável, e visivelmente mais regular que o pavimento de paralelepípedo, o que facilita o escoamento da água. Como tem uma vida útil muito pequena em relação aos pavimentos de pedras, fato já comprovado, pelo desgastes do atrito e de intempéries, ainda temos o aumento da velocidade de escoamento da água de chuva que provoca um desgaste considerável para o pavimento asfáltico.

Estas enchentes provocam problemas sérios para a população das áreas mais vulneráveis. Normalmente perdem seus pertences como veículos, eletrodomésticos, e em alguns casos, o próprio imóvel, não esquecendo que muitas vezes acabam acontecendo perdas humanas, fato que marcam profundamente as famílias.

Cidades que têm problemas de escoamento pluvial pela impermeabilização excessiva das vias públicas, residências ou por insuficiência do sistema de drenagem, têm adotados projetos de melhorias do sistema amenizando os efeitos das enchentes.

Normalmente são obras de engenharia com um custo muito elevado que poderiam ser evitados, se fosse tomado alguns cuidados no planejamento, adotando projetos de engenharias que contemplem medidas mínimas como o cumprimento das normas técnicas de estudos de drenagem de bacia, qualidade do material empregado, não uso de áreas de risco para obras, usar pavimentos porosos para infiltração da água, não alterar o curso normal de drenagem d’água, além de uma medida simples com a qual cada cidadão poderia contribuir: a captação de água da chuva para uso posterior.

10. Pequena vida útil do pavimento asfáltico
Já foi salientado anteriormente a pequena vida útil do pavimento asfáltico quando confrontado com os calçamentos de pedra. No caso da sobreposição do asfalto impermeável, que não aceita movimentação sobre outro pavimento, ainda há o agravante das juntas de dilatação entre as pedras ou blocos de cimento, o que torna a vida útil deste muito menor.

Isto acontece em função das intempéries do ciclo anual das estações como variações de temperatura, umidade, movimentação geológica, somando a isso a ação antrópica com o tráfego e as intervenções nas diversas formas e uso.

Estes problemas podem ser comprovados nas ruas em que o calçamento de pedras recebeu o asfalto. Nessas ruas já é possível ver o desenho das pedras pelos trincos que estão abrindo na camada de asfalto, sua movimentação varia proporcionalmente com a variação da temperatura. A partir da abertura destes trincos ou fissuras, inicia-se um processo de infiltração da água que aos pouco com o peso do tráfego vai deteriorando a camada, que lentamente vai se desgastando, sendo carregada para os cursos d’água, provocando um assoreamento com pó de brita e a própria brita além de substâncias tóxicas contidas no piche.

Outro ponto importante na degradação do pavimento de asfalto é o contato com substâncias derivadas de sua cadeia original, como é o caso da gasolina, óleo diesel e outros de menor uso. No local onde existe o derrame destes alcanos, simplesmente acontece uma degradação instantânea no pavimento.

É importante salientar a formação dos componentes de cada tipo de pavimento e suas conseqüências quando degradada, expostas ao meio ambiente sem maiores cuidados.

Conceitos

Basalto: Rocha da qual é constituído grande parte do calçamento do centro da cidade. O basalto é uma rocha ígnea extrusiva cinza-escura ou preta (máfica) de textura afanítica. Os minerais predominantes são o piroxênio, o plagioclásio de cálcio e a olivina. O basalto é encontrado muitas vezes em afloramentos em juntura colunar.

Arenito: Qualquer tipo de rocha sedimentar clástica composta por partículas de areia que foram aglutinadas durante a diagênese de sepultamento. De acordo com a era, composição da formação, temperatura e pressão a que foi submetido na sua formação, a rocha resultante recebe vários nomes.

Asfalto: Produto resultante da mistura de: piche, brita, pó de brita, areia e em alguns casos flocos de borracha, que dá maior elasticidade ao pavimento.

Piche: Substância pegajosa, resina derivada de várias espécies de coníferas. Ainda substância negra pegajosa derivada do refino do petróleo bruto, da destilação do alcatrão ou da terebintina, que é empregado na mistura para a composição e fabricação de vários produtos industrializados. Este líquido espesso mesmo na formas desidratada pode conter óleos hidrocarbonetos, fenóis, bases (piridina, pirrol etc.), compostos aromáticos (anel de carbono), sendo todos altamente cancerígenos.

Conclusão

Não se deve fazer qualquer obra de pavimentação sem antes ser feito um estudo de contribuição da bacia para a determinação da necessidade de elaboração de projeto de galerias pluviais.

Antes de qualquer pavimentação deve-se fazer um levantamento e um estudo das condições dos sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgoto sanitário.

A vida útil do pavimento asfáltico é com certeza menor que 1/1000 (um milionésimo) da vida dos pavimentos de pedras, portanto, não se justifica o custo benefício da superposição.

O pavimento asfáltico provoca um aquecimento considerável, criando bolsões de calor nos perímetros urbanos que deve ser considerado em tempos de aquecimento global.

Todo o material desgastado do pavimento asfáltico, tanto o orgânico como o inorgânico acabam nos cursos d’água, entulhando a calha dos mesmos e provocando poluição e contaminação.

Este mesmo material inorgânico sólido, o pedrisco, a brita e a areia, provocam desgastes nas manilhas do sistema de drenagem pluvial pelo atrito durante o escoamento.

Os pavimentos de pedras inter-travados e com rejuntamento de areia ou pedrisco, são considerados ecologicamente corretos uma vez que permitem a infiltração da água de chuva recarregando o lençol freático e minimizando os efeitos de enchentes.

Os pavimentos de pedras além de absorver menos calor, propiciam o crescimento de determinadas gramíneas que, além de ajudar a diminuir a temperatura, captam CO2 que é expelido pelos carros, partículas coloidais carregadas de nutrientes que poluem os cursos d’água.

A recuperação dos pavimentos de pedra fica perfeita quando bem executado e com custo-benefício inferior ao da pavimentação com asfalto.

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Fonte: Site SacraHome.net (http://www.sacrahome.net/v5/node/2328) 
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Futura sede da Câmara Municipal de Araguari

A imprensa anda divulgando o interesse em se construir o prédio da futura sede da Câmara Municipal de Araguari em terreno localizado nos fundos da sede da SAE. Sugiro que, antes da decisão da construção de qualquer prédio em áreas destinadas a poços artesianos, os responsáveis possam refletir sobre os seguintes tópicos:

1 - As áreas onde estão instaladas baterias de poços artesianos ou poços artesianos solteiros, não podem ser consideradas como áreas ociosas, mas sim áreas de recarga dos aqüíferos subterrâneos;

2 - Sendo áreas de recarga dos aqüíferos subterrâneos devem ser protegidas e mantidas permeáveis, ou seja, com o mínimo possível de construções ou pavimentações;

3 - A impermeabilização do solo se dá pelo asfaltamento das ruas, construções de casas, ausência de jardim e parques, com isso a capacidade de infiltração ou percolação da água fica comprometida diminuindo, significamente, os níveis de recarga dos aquíferos, conseqüentemente, a falta de água para o abastecimento público;

4 - A construção da sede da Câmara Municipal demandará uma espaço muito grande, tanto para o prédio como para estacionamento, portanto, essas áreas destinadas aos poços artesianos que fazem a captação de água para o abastecimento público não são as mais adequadas para a construção de prédios;

5 - A cidade de Araguari/MG utiliza cem por cento (100%) de sua água potável para o abastecimento público, captada nos lençóis subterrâneos do aqüífero Bauru por meio de 109 poços semi-artesianos e distribuída por meio de 36.698 economias ativas, sendo que 28.885 são residenciais (DSAE, 2007). Por esse motivo se faz necessário um estudo para identificar possíveis causas de contaminação do aqüífero e propor medidas que vão minimizar este impacto e não gerar mais impactos nestas áreas de captação.

6 - O Aqüífero Bauru é definido como um aqüífero não confinado (livre), de porosidade intergranular, constituído pela seqüência areno-siltosa da Formação Marília, e pelas coberturas laterizadas terciárias silto-argilosas;

7 - Por ser um aqüífero não confinado e por sua natureza pouco profunda isso contribui para sua contaminação devido a ações antrópicas e falta de proteção sanitária na construção dos poços e no seu entorno;

8 - Como medida de proteção dos aqüíferos contra a contaminação se faz mister o uso de ferramentas de planejamento urbano para restringir e regulamentar, de forma permanente, o uso do solo, a emissão e efluentes e a deposição de resíduos. É importante definir manejos do solo com fins exclusivos a proteção de águas subterrâneas, além de um zoneamento que tenha um papel fundamental na definição de prioridades para o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos subterrâneos;

9 - A contaminação do solo tem-se tornado uma das preocupações ambientais, uma vez que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afetada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na origem de problemas de saúde pública;

10 - Para a proteção das águas subterrâneas é preciso ter a conscientização da sua importância e manutenção das suas características naturais.

Portanto, é necessário reavaliar os modelos praticados atualmente e buscar novos instrumentos de gestão ambiental urbana como ferramenta para a sustentabilidade com base no desenvolvimento e na qualidade de sistemas integrados aos diferentes setores da administração, bem como, com a participação da sociedade, em defesa do meio ambiente.

A NOSSA ÁGUA DE CADA DIA (II)

O acelerado crescimento das cidades causa uma demanda maior por água potável e os problemas que envolvem a manutenção da qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneas, agravam proporcionalmente. No Brasil, os problemas mais comuns das águas subterrâneas estão relacionados com a superexplotação, impermeabilização do solo e com a poluição.

A superexplotação é a retirada excessiva da água do aqüífero para o uso comercial, ultrapassando o volume de infiltração. Isso pode afetar as nascentes; os níveis dos reservatórios; provocar subsidência do terreno ou induzir o refluxo de água contaminada.

A impermeabilização do solo se dá pelo asfaltamento das ruas, construções de casas, ausência de jardim e parques, com isso a capacidade de infiltração ou percolação da água fica comprometida diminuindo, significamente, os níveis de recarga dos aquíferos.

A poluição, uma das principais ações antrópicas, é um dos fatores potenciais de contaminação dos aqüíferos. Dependendo do tipo de contaminante e suas características, a recuperação é lenta e de custo muito elevado. A susceptibilidade de contaminação de um aqüífero à poluição é definida como vulnerabilidade. Esta contaminação pode ser direta ou indireta, relacionadas a atividades humanas (ações antrópicas) ou processos naturais.

As principais fontes de contaminação direta estão descritas na Tabela 1.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (Clique na Tabela para ampliar)

Como medida de proteção dos aqüíferos contra a contaminação se faz mister o uso de ferramentas de planejamento urbano para restringir e regulamentar, de forma permanente, o uso do solo, a emissão e efluentes e a deposição de resíduos. É importante definir manejos do solo com fins exclusivos a proteção de águas subterrâneas, além de um zoneamento que tenha um papel fundamental na definição de prioridades para o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos subterrâneos, a auditoria ambiental de instalações industriais, o controle da poluição na atividade agrícola e a comunicação social em geral.

Para o controle da contaminação das águas subterrâneas, as diretrizes devem considerar o Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo, com vistas à proteção e promoção de recarga do aquífero. Para a Zona Rural, devem ser considerados: a vulnerabilidade natural da área, a aptidão agrícola e o modelo de produção agrícola. Para a Zona Urbana, devem ser considerados: o parcelamento da ocupação do solo; o controle de fontes potenciais de poluição; o controle de captações e o controle de impermeabilização do solo. Além dessas, as diretrizes devem estabelecer, também, o zoneamento para o uso, de acordo com as características químicas e físicas da água, e os limites de rebaixamento (nível potenciométrico) para explotação.

O município de Araguari não possui Lei Municipal de Parcelamento, Uso e ocupação do solo. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDU, 2004) propõe a concepção das Leis complementares e define no seu Capítulo VIII, Art. 43 a 46 diretrizes para o planejamento ambiental, áreas verdes, preservação dos mananciais de água e plano diretor dos reservatórios das usinas hidrelétricas. O Código de Obras e de Postura é da década de 1970, não trazendo diretrizes sobre medidas de prevenção de contaminação das águas subterrâneas. É fundamental que as leis de zoneamento urbano passem a incorporar diretrizes de proteção e controle ambiental, sobretudo de modo a controlar o uso e a ocupação de fundos de vale, das áreas sujeitas à inundação, das cabeceiras de drenagem, das áreas de alta declividade e a promover o aumento da permeabilidade do solo urbano.

É necessário reavaliar os modelos praticados atualmente e buscar novos instrumentos de gestão ambiental urbana como ferramenta para a sustentabilidade urbana com base no desenvolvimento e na qualidade de sistemas integrados aos diferentes setores da administração, bem como, com a participação da sociedade, em defesa do meio ambiente. As políticas públicas e as intervenções urbanas devem manter relação entre si e para isso é necessário planejamento e envolvimento dos representantes da sociedade civil para que a gestão seja efetivada. Gestão e planejamento são complementares, assim, planejamento é pensar em ações para o amanhã e gestão é o próprio fazer imediato daquilo que o planejamento delineou, na dimensão do tempo presente e dos recursos disponíveis.

Araguari utiliza 100% de água captada de aqüíferos subterrâneos. Quais as ações que os poderes públicos (executivo, legislativo e judiciário – Ministério Público) estão propondo para garantir a sustentabilidade da nossa água de cada dia?

Projeto Araguari Sustentável – PAS


1. Introdução
Visa à integração permanente dos cidadãos araguarinos ao debate sobre o desenvolvimento municipal e regional sustentável e a implementação de um modelo que pretende se empenhar em promover a democratização da participação popular no planejamento do Município. A interlocução com os vários segmentos da sociedade organizada araguarina pautará a atuação do Fórum Araguari Sustentável - FAS, que tem no diálogo a forma de criar uma nova via na tentativa de equacionar, democraticamente, os anseios da população e construir a união de todos os munícipes em torno deste projeto.

A NOSSA ÁGUA DE CADA DIA

Araguari, no estado de Minas Gerais, é uma cidade cujo abastecimento é feito por meio da captação, através de poços artesianos e semi-artesianos, de água subterrânea, mais precisamente do reservatório pertencente ao Aqüífero Bauru do Sistema Aqüífero Guarani.

A cidade está localizada no limite da porção nordeste do Aqüífero Guarani entre os Rios Araguari e Paranaíba e por suas características geológicas apresenta um nível de infiltração maior do que de escoamento superficial, por estes motivos a cidade foi escolhida para ser tema de estudos sobre a proteção e avaliação dos recursos hídricos do sistema Aqüífero Guarani (SAG) entre 2003 e 2006.

Estes estudos foram feitos, exatamente, pelo desconhecimento do potencial hídrico do aqüífero e a geração de insegurança dos agentes públicos, responsáveis pela gestão das águas no município, quanto a sua explotação e sustentabilidade.

O projeto, realizado em parceria com a UFMG, UFMS, IGAN CDTN, previa estudos para implantação conjunta de ações de proteção e gestão sustentável do aqüífero. Este projeto foi financiado por organismos internacionais. De acordo com estes estudos, no município de Araguari encontram-se os aqüíferos Serra Geral e Bauru da formação Botucatu e Marília, tendo em vista as suas formações geológicas que apresentam sobre basaltos sobrepostos por arenitos.

A explotação das águas subterrâneas no Município de Araguari é um fato preocupante. O gerenciamento da qualidade e quantidade de água do aqüífero ainda é deficitário. A água usada no abastecimento público é totalmente extraída de aqüíferos subterrâneos e distribuída a toda rede urbana da sede do município e distritos. Os poços de captação estão distribuídos em vários setores da cidade e muitos deles, principalmente os primeiros datados de 1947, construídos sem controle técnico.

Por muitos anos em Araguari, em cada casa havia uma cisterna, perfurada próxima, muitas vezes, de fossas secas, chamadas de “casinhas”, que mais tarde foram substituídas por banheiros, ou de pocilgas, galinheiros, etc. Ainda, não é difícil de encontrar nas periferias casos como estes, e por algum motivo não são coibidos pela administração pública. Isso contribuiu por muito tempo para a contaminação das águas subterrâneas na área urbana do Município.

O esgotamento residencial, comercial e industrial é canalizado até fossas sépticas e lançados na rede de captação pública onde é despejado no Córrego Brejo Alegre, sem nenhum tipo de tratamento. Portanto, Araguari ainda, mesmo dependendo de cem por cento das águas subterrâneas para seu abastecimento público, possui ações tímidas de controle e proteção do aqüífero Guarani em seu território.

A situação-problema detectada no município de Araguari/MG é que todo esgotamento sanitário e pluvial da cidade é lançado num córrego que corta sua área central. O esgoto doméstico e industrial é captado através de fossas sépticas interligadas a rede pública, porém, muitas residências ainda fazem ligações diretas e irregulares na rede de água pluvial. No trecho coberto, na Av. Cel. Teodolino P. de Araujo, o esgoto é separado da água pluvial, escoados em tubulações independentes até a Av. Minas Gerais. Deste ponto a diante corre a céu aberto, tanto esgoto como água pluvial. O córrego Brejo Alegre deságua no Ribeirão Jordão, distante uns 10 km da cidade. Este córrego apresenta sinais de assoreamento e várias voçorocas causadas pelas águas pluviais que são esgotadas por gravidade dos bairros do entorno.

Como o Córrego Brejo Alegre é todo poluído com os dejetos sanitários de toda a cidade e ele faz parte da bacia de recarga do aqüífero subterrâneo e o esgoto não recebe tratamento, bem como, área de afloramento da Formação Marília do Grupo Bauru (figura 1) está sendo aterrada com entulhos da construção e demolição, na Central de Entulhos do bairro Sibipiruna, e não há uma política de planejamento urbano e ambiental na cidade, não há um sistema de informações georreferenciadas e não há uma visão sistêmica dos princípios de sustentabilidade para reabilitação ambiental, conclui-se que o Aqüífero Guarani corre certo risco de contaminação devido a ações antrópicas que, culturalmente, se baseiam em comportamentos por um desenvolvimento a qualquer custo.

Enquanto não se configurar uma revolução intima em cada um que usufrui deste manancial pela conscientização de seu uso racional e sustentável, uma reação em cadeia pode ser provocada e, aqueles 0,66% de água doce subterrânea existente no mundo, poderão não mais existir num futuro próximo, onde, as futuras gerações pagarão o ônus pela incompetência da geração atual.


ECOALFABETIZAÇÃO

Aprender é um ato de entrega, de realização, de motivação e de decisão. O tempo investido neste ato é relativo ao grau de sensibilidade de cada um, ou seja, varia de acordo com a capacidade do ser humano em receber as informações, processá-las, absorvê-las e experimentá-las.

Sustentabilidade, atualmente, é definida como sendo a prática das atividades humanas para obtenção do custeio da vida em sociedade, respeitando a manutenção do ecossistema a longo prazo e valorizando os aspectos sociais e culturais pela justiça na distribuição de custos e benefícios.

A reciprocidade é fundamental no processo de aprendizado. Não basta ter ótimos orientadores, material didático claro e objetivo, espaço físico ou virtual atraente se não houver o engajamento de cada um em contribuir com suas experiências. Neste processo somos todos aprendizes-orientadores. Todas as ferramentas utilizadas em um curso devem ser dinâmicas, inclusive as ferramentas “aluno”, “tutor” e “professor”. A interação deve ser constante entre todos os “atores” dessa grande obra. Os “ingredientes” da didática, da clareza e da objetividade são importantes neste processo de indagações e formas de fazer pensar, integrado ao processo da reciprocidade, proatividade e a autonomia no processo de aprendizagem ecologica formando uma metodologia do aprender com qualidade, definem a sustentabilidade do aprender.

É necessário o despertar para a importância de aprender a aprender a educar-se, de organizar-se, de empenhar-se, de motivar-se e de inserir-se no processo de aprendizagem, de criação científica e no processo da vida como um protagonista e não como um coadjuvante que passa e não deixa suas impressões e não tira nenhuma impressão.

O ensinar é um processo de aprender a aprender, também, com o aprendiz. Explorar a autonomia do aprendiz pela curiosidade não tendo receio ou dificuldades de compartilhar experiências e conhecimentos em prol da continuidade e valorização do aperfeiçoamento pessoal e profissional é o grande diferencial no processo da sustentabilidade do aprender.

O aprendizado é o processo pelo qual se adquire conhecimento, durante um período, mediante experiências, ou seja, a busca por conceitos e práticas do passado que articulam nosso conhecimento atual.

A aprendizagem ecológica é o processo que estimula o aprendiz a ser um nativo do seu lugar e no seu tempo resgatando os princípios de vida sustentável.

A Ecoalfabetização é o conjunto de conceitos inerentes a processos comunitários calcados em princípios de sustentabilidade. O conhecimento de que toda a comunidade tem que estar engajada para atingir sustentabilidade é o resultado de um processo natural de sobrevivência e deve ser aprendido deste cedo.

Neste novo conceito a escola é um sistema colaborativo entre orientador-aprendiz por meio de uma liderança compartilhada, ou seja, a responsabilidade e autoridade surgem naturalmente nas suas interações.

O desenvolvimento dos projetos educacionais é baseado em princípios ecológicos, conceitos fundamentais em ecologia, que descrevem os padrões e processos pelos quais a natureza sustenta a vida.

A reformulação da educação pela ecoalfabetização tem como base estudantes de nível primário e médio pela religação dessas pessoas ao seu habitat e comunidades. A sala de aula é a ecologia da comunidade circunvizinha e não quatro paredes frias. A pedagogia deve estar no compromisso organizado com sistemas vivos e as vidas das pessoas que vivem pela graça desses sistemas.

O grande desafio é criar as comunidades sustentáveis – comunidades que são projetadas de tal modo que os seus modos de vida, negócios, economias, estruturas físicas e tecnologias não interfiram com a inerente habilidade da natureza para sustentar a vida.

Ser ecologicamente alfabetizado, ou ecoalfabetizado, significa compreender os princípios básicos de organização das comunidades ecológicas (isto é, ecossistemas) e ser capaz de incluí-los na vida diária das comunidades humanas.


DEGRADAÇÃO URBANA

Um grande local na cidade é um dos principais pontos de degradação urbana de Araguari/MG, especificamente no Bairro dos Parques e Sibipiruna próximo do córrego Brejo Alegre.

Buraco do Jorge

A voçoroca (foto a esquerda) se formou por causa da retirada de material sólido, cascalho e saibro, para fins comerciais pelo proprietário da área em uma época que a preservação e a fiscalização ambiental não eram tão praticadas em nosso Município. Hoje essa prática já foi desativada, porém, a Prefeitura Municipal no governo passado definiu o local como sendo bota-fora formalizando-o para a disposição final dos Resíduos de Construção e Demolição.

O objetivo de utilizar o local como bota-fora ou central de entulho foi com a intenção de corrigir a topografia, preenchendo a voçoroca com material inerte. Como diz o ditado: “de boas intenções o inferno está cheio”.

Na época, os responsáveis por essa formalização, pelo meu entendimento, não realizaram estudos técnicos apropriados ou não observaram que a área possui várias nascentes que abastecem o Córrego Brejo Alegre. Com isso, devido à colocação de material inerte e orgânico naquele local é constante a poluição das águas subterrâneas e várias nascentes estão desaparecendo. Será que obtiveram licença ambiental para tal finalidade?

Além de resíduos da construção civil é também depositado no local material orgânico, (foto a esquerda) como podas de jardins, folhas - produto da varrição de ruas e podas de árvores, bem como, restos de papel, papelão e de móveis descartados alem de animais mortos e, pela decomposição desse material, está aflorando gases em vários pontos do terreno. Araguari possui uma bomba a céu aberto!

O material é espalhado por tratores (foto a direita) sem nenhum tipo de seleção, formando assim, bolsões de ar devido a acomodação natural de materiais de diferentes tamanhos e tipos sem compactação. Hoje está sendo formada uma montanha de entulhos que devido à forma de armazenagem desse material e por um eventual acúmulo de água devido a chuvas constantes, toda essa montanha pode vir a deslizar e soterrar a Rua Julio César de Souza (foto a esquerda), algo que poderá ser evitado.

Para a solução deste problema a área deverá ser reabilitada pela utilização de revegetação com espécies típicas do cerrado e mata galeria não inundável, após a paralisação da depositação deste material naquele local.

O material orgânico depositado no local poderá passar por um processo de compostagem (foto a esquerda) e ser utilizado nos jardins das praças e canteiros centrais de avenidas como adubo.

O material proveniente da construção civil por meio das demolições poderá ser muito bem reutilizado, após passar por uma triagem no mesmo local da demolição e vendido a casas que comercializam materiais de construção reciclados.

Aquele material não reaproveitável, o entulho, deverá ser direcionado a uma usina de beneficiamento de resíduos da construção e demolição, (foto abaixo) que poderá ser instalada no próprio local para, após a moagem, produzir aglomerados que serão utilizados na construção de casas populares, diminuindo custos e contribuindo com a sustentabilidade. A instalação da usina aumentará a oferta de emprego aos catadores que trabalham no local no meio da poeira (período seco) e do barro (período chuvoso) dando-lhes melhores condições de ganhar o seu sustento com dignidade.

Com essas ações, além de minimizar a degradação ambiental urbana, gera renda e minimiza os impactos sociais gerados por falta de oportunidades no mercado de trabalho.

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