FELIZ 2010

"Muitas pessoas esperam o ano novo por um novo começo em hábitos velhos. Renovemo-nos!!"

Dentro de algumas horas, um Ano Novo vai chegar a esta estação.

Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.

Procure um lugar próximo à janela desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem.

Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.

Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem.

Desdobre o mapa e planeje roteiros.

Preste atenção em cada ponto de parada, e fique atento ao apito da partida.

E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite.

Desembarque nela os seus sonhos...

Desejo que a sua viagem pelos dias do próximo ano, seja de PRIMEIRA CLASSE.

Feliz Ano Novo!

A SINDROME DO PODER

Será uma doença ou um simples desvio de comportamento?
Nossa cultura é marcada pela forte influência coronelista. Foram muitos anos sob as ordens destas figuras: os coronéis, que perderam espaço, no decorrer do tempo, para a democratização no país. A figura explícita não existe mais, mas por outro lado está na forma de pensar, agir e sentir de muitos que ocupam cargos, sejam públicos ou privados.
Quantas vezes você ouviu a frase: “... você sabe com quem está falando?” Outra frase muito pronunciada é: “...faça assim porque eu quero que seja assim!” São frases que sempre expõe a primeira pessoa do singular no ápice do autoritarismo para que alguma vantagem seja conquistada ou que a “autoridade” prevaleça. A Síndrome do Poder faz com que as pessoas venham a imaginar que detém um poder maior do que as outras. Muitas vezes, este poder ilusório é herdado por tradição ou pela força bruta.


Estas pessoas são inseguras e com incapacidade de serem transparentes com os seus semelhantes e com o meio em que vive, possuindo uma visão unilateral dos processos de interação. A síndrome do poder ou da cadeira é uma atitude de autoritarismo por parte de um individuo que, ao receber um poder, usa de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas periféricos que possa vir a ocasionar. Este comportamento, surge quando aqueles que não se contentam com sua pequena parcela de poder exorbitam sua autoridade. As principais características comportamentais latentes ou aparentes de uma pessoa que sofre da SÍNDROME DO PODER são as seguintes:

1 – não aceita ser contestada;
2 – persegue aqueles que discordam dela;
3 – age com falsidade;
4 – humilha subordinados na frente de outras pessoas;
5 – manipula para conseguir seus intentos;
6 – gaba de sua posição deixando claro quem manda;
7 – não sabe liderar;
8 – considera inimigo todos aqueles que pensam diferente dela;
9 – possui falta de personalidade;
10 – é dissimulada.
As pessoas que sofrem da Síndrome do Poder são aquelas que "vêm de baixo" e que se consideram vítimas das oportunidades profissionais e sociais. Estas pessoas, na maioria das vezes, são bajuladoras daqueles que lhes interessam, porém, no primeiro momento, puxam-lhes o tapete. São aqueles que nunca estiveram em posição de comando e quando consegue, perdem a noção da diferença entre coordenar e mandar. São pessoas que sofreram alguma discriminação na vida ou não tiveram sucesso em seus empreendimentos pessoais ou profissionais e, agora que podem, querem “tirar o atraso”, porém, da maneira errada, ou seja, como sempre desejaram tanto galgar uma posição de destaque ou até mesmo invejável, agem como se pudessem tudo, não importando os outros, passando por cima de qualquer um.
Se nas relações profissionais privadas isso se torna algo que pode levar até a falência da empresa, imagina essas pessoas agindo no serviço público. A conduta ética no serviço público é o reflexo das atitudes do próprio servidor na sua vida particular. Se ele aprendeu a tirar vantagem sobre tudo para alcançar seus objetivos pessoais, irá fazê-lo, também, enquanto servidor público. Aquilo que é certo para um, pode ser errado para outro. Aquilo que é legal para um, pode ser ilegal para o outro. Então, a conduta ética de qualquer pessoa, principalmente do servidor público deve-se primar sempre pelo bem coletivo, pelo respeito ao seu semelhante e observância das leis.
A falta de credibilidade, principalmente dos gestores políticos, faz com que recaia sobre os ombros dos servidores públicos essa carga ruim de que todos são ladrões ou que não trabalham. Os servidores públicos corretos e que exercem suas atividades com responsabilidade são massacrados, recriminados ou perseguidos por não entrarem nos "esquemas". Nesse caso, sofrem algum tipo de assédio, ou seja, são forçados a irem contra seus valores para que sejam aceitos, principalmente pelos seus superiores hierárquicos - aqueles que sofrem da Síndrome do Poder, - porém, se mantém firmes atuando de acordo com os princípios constitucionais da administração pública. Por outro lado, alguns servidores que são manipuláveis bajulam aquele que detém o poder pela manutenção do seu emprego e engrossam a massa de servidores sem comprometimento com o bem coletivo em nosso país.
A Síndrome do Poder passa a ser uma patologia quando o comportamento se torna crônico, ou seja, mesmo longe do poder a pessoa quer exercer o poder que pensa que possui. Quando a realidade lhe é mostrada, mergulham em um estado depressivo obsessivo. Ela exerce um efeito colateral de tamanha magnitude em quem se dispõe a sofrê-la, causando na maioria dos casos: cegueira (não visual), ambição, surdez (não auditiva) e, principalmente, amnésia. Há relatos também de “sintomas” de cinismo e desonestidade.
Esta síndrome faz o doente ficar no mundo da lua, achando que será eterno no cargo e que nunca deixará de ocupá-lo. A pessoa se torna incapaz de admitir um erro, procurar ajuda ou se colocar numa posição de humildade para dialogar com urbanidade, coerência e sem querer impor a sua falsa autoridade para conseguir o que se pretende.
Você, portanto, que se encontra neste estado, não esqueça: “o poder é efêmero”. Se quiser ter sucesso, não será sozinho que o conquistará, pois ninguém faz sucesso se não pelo apoio de todos da equipe. Humildade é um bom começo. Se você é dono de uma empresa, não esqueça que poderá ser demitido por sócios, executivos ou credores, pois ninguém se sustenta eternamente no poder sem exercê-lo de maneira ética e legal. Se exercer um cargo público de confiança pelo voto ou por indicação, lembre-se: um dia a confiança termina, os interesses mudam e o poder acaba.
“Se você quiser saber o que um homem é, coloque-o numa posição de poder.”
Provérbio Iugoslavo
O texto abaixo, psicografado por Chico Xavier, exemplifica o assunto abordado.

O Poder da Gentileza
Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro singelo, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:
- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.
- Mas, doutor, não dispomos de recursos... - considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.
- Que fazer?
- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.
O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escaninho e acrescentou:
- O senhor não pode intervir na administração.
O professor, muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...
Domingo, muito cedo, saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.
Lá comentando, na oração silenciosa:
- Meu Deus, como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?
Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.
O movimento era enorme.
Muitas compras. Muita gente.
Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:
- Meu velho, venha cá.
O professor acompanhou-a, sem vacilar.
À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:
- Traga-me esta encomenda.
Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.
Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:
- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?
- Perfeitamente - respondeu o interpelado -, dê suas ordens.
Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.
Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordem de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo após, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.
Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentado ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou da irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos em surdina.
Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.
- Não pense nisto - respondeu com sinceridade -,tive muito prazer em ser-lhe útil.
No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.
Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n'alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.
A bondade dele vencera os impedimentos legais.
O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.
A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. 11a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

PERSONALIDADE POLÍTICA

"Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos¹ que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa". [CARVER, Charles S. & SCHEIER, Michael F., 2000].

Política "consiste nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem", segundo Hobbes ou "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados", para Russel ou "a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo", conforme Nicolau Maquiavel, ou ainda, numa conceituação moderna, “é a ciência moral normativa do governo da sociedade civil”, segundo Alceu Amoroso Lima, 1956. [Wikipédia, 2009].

Personalidade são os traços de conduta de uma pessoa e o que a distingue de outra, bem como, personalidade tem origem na palavra persona do latim que significa máscara, personagem. Política é a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público.

Partindo deste pressuposto, entende-se que alguém com personalidade política adota atitudes em relação a assuntos e problemas públicos conforme suas qualidades morais, éticas e o que lhe influencia ideologicamente. O político se veste de um personagem de maneira que lhe permita alcançar e exercer o poder, porém a sua manutenção no poder depende de fatores que serão avaliados pela sociedade conforme sua conduta.

"Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade política" [Aristóteles; Política; livro:1252a].

Sendo a cidade o maior bem construído pela comunidade e que todas as ações praticadas pelos Homens desta comunidade devem visar sempre o bem da cidade, não importando quaisquer outros interesses ou objetivos, é necessário estudar e entender o que levam os componentes desta comunidade política a se recusarem a participarem de atos importantes para o desenvolvimento desta cidade.

O ato de abster-se de um processo denota um comportamento vil de pessoas que não têm coragem de expor seus pensamentos e faz parte dos padrões intrínsecos dos valores morais e éticos de pessoas comprometidas, não com a cidade, mas com aqueles que lhes influenciam externamente por supostas dívidas políticas. Este tipo de comportamento faz entender como a vaidade tola assola o meio político e corrompe a dignidade daqueles que depositaram sua confiança nos seus escolhidos.

A abstenção apesar de ser um instrumento legal, juridicamente falando, é um ato passivo de negar suas próprias convicções políticas. A falta de indicativos que justifique a opção pelo contrário e o excesso de vaidade que lhe impede de optar pelo favorável, conduz o abstencionista ao caminho da neutralidade, que significa para a cidade “ficar em cima do muro”.

Qualquer ato na vida deve ser tomado com atitude, sem manipulação ou subterfúgios. É hora de se abster das picuinhas, falácias, vaidades e da perseguição política. É mister unir forças e agir com coerência para encontrar soluções em prol de todos nós: a cidade. Uma atitude pode ser de um indivíduo num dado tempo, porém os efeitos desta atitude serão sentidos por todos e por um tempo indeterminado.

Quando será que a política de Araguari se tornará adulta?

Que em 2010 todos possamos ter a Terra dos nossos Sonhos!!!

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¹Estudo das relações funcionais entre a mente e fatos externos (sociais) que influenciam as qualidades (morais) do homem.







Terra Dos Meus Sonhos
Silvio Brito
Composição: Silvio Brito

Você precisa conhecer a minha terra...
Lá não tem guerra, nem polícia, nem ladrão.
Não tem partidos de esquerda ou de direita,
Todo mundo se respeita, isso que é constituição...

E além de tudo, tem mulheres muito lindas
E guardam ainda no olhar a sedução.
Todos trabalham e se divertem sem censura e com fartura,
Pois é repartido o pão.

Não tem prefeito, nem banqueiro, nem juiz
E no entanto o povo é muito mais feliz.

Felicidade só se tem quando se doa,
Por isso na minha cidade a vida é boa...
E a vida é boa quando se planta a semente,
Nem só na terra mas no coração da gente.

Você precisa conhecer a minha terra...
No alto da serra onde a lua beija o chão.
Lá não tem muros, nem um tipo de barreiras,
Preconceitos nem fronteiras de país ou religião.

Num mundo cheio de ternura e alegria,
Onde o amor floresce mais à cada dia,
Crianças crescem livres, fortes e sadias,
Entre os amigos e sem correr nenhum perigo...

É um paraíso aqui na terra e eu suponho,
Que esteja dentro de cada um,
A terra dos meus sonhos...

Felicidade só se tem quando se doa,
Por isso na minha cidade a vida é boa...
E a vida é boa quando se planta a semente,
Nem só na terra mas no coração da gente.

É Natal!

É Natal!
Ho!Ho!Ho!
Papai Noel Chegou!

É Natal!
Momento sem igual...
Dia de alegria e Luz,
Nascimento de Jesus...

É Natal!
Cânticos de vida...
Ecoam pela infinita
Abóbada universal...

É Natal!
Seguindo a estrela...
Deposita sua oferenda
Para que a paz se ascenda...

É Natal!
Olhar de humildade...
Sentimento de caridade
Acolhe seu irmão...

É Natal!
Verdade, justiça e amor...
Reluz em toda direção
E atinja o seu coração!

É Natal!
Ho!Ho!Ho!

Papai Noel Chegou!



Autor: Alessandre Humberto de Campos

O genius loci no serviço público

É chegado o final de mais um ano! Oxalá todos possam ter sua consciência tranqüila diante dos atos praticados durante esse tempo. Para muitos é um momento de reflexão, para outros um momento de festa e alegria, para outros ainda um momento para repensar suas atitudes consigo mesmo e para com os outros.

Todos os dias deste ano nós assumimos o papel de sermos alguém na multidão. Dormimos. Acordamos. Fazemos nossa higiene. Alimentamo-nos e alimentamos alguém. Saímos de casa para trabalhar, estudar, rezar ou até mesmo passear. Por que fazemos tudo isso? De quem herdamos isso? A resposta é: tudo isso faz parte da nossa cultura.

Durante nossa caminhada do dia-a-dia, deparamo-nos com o nosso passado e muitas vezes nem o percebemos. A rotina do nosso dia-a-dia é um ensinamento que foi transmitido a nós pelos nossos antepassados. Você já parou para pensar que tudo que você é e será, produz e produzirá é fruto da experiência transmitida pela sociedade a você?

Tudo isso é fruto da experiência humana e, sendo a nossa cultura, nos fornece a direção do fazer, do pensar e do sentir.

O nosso comportamento diante dos fatos reflete aquilo que sentimos, pensamos e que podemos fazer tendo como parâmetros os valores éticos e morais a nós ensinados. Portanto, qual é o genius loci(¹) de uma pessoa nomeada a um cargo público?

Um cargo público pode ser exercido por pessoas nomeadas por direito (concursadas) ou por delegação de confiança (escolhidas temporariamente). Estas pessoas escolhidas para exercerem seus cargos temporariamente (cargos de confiança – na maioria são chefes, diretores, secretários e afins), não necessitam de comprovação de competência ou de antecedentes criminais, ou seja, sua conduta dentro da sociedade não é primordial para o exercício legal da função pública. Por outro lado, uma pessoa concursada para exercer, por direito, seu cargo público, necessita comprovar seus antecedentes criminais, declarar seus bens, passar por um estágio probatório de 3 anos, ou seja, tem que provar que é competente para aquele que é de “confiança”, além de ser vigiado e perseguido o tempo todo no seu local de trabalho, por pessoas de “confiança”. Se, então, o de “confiança” não for com a cara do concursado, a guerra está instaurada.

Quem não viu pela televisão manifestantes “favoráveis” ao Arruda (governador do DF) declararem que estavam ali por imposição dos seus chefes diretos (cargos de confiança)?

Este cenário, de dois pesos e duas medidas, foi criado e aprovado pela sociedade que ainda permite atônita, os governantes fazerem o que bem entendem sem a necessidade de serem transparentes em sua gestão. A transparência, além de ser uma previsão legal, é um instrumento ético e moral. O servidor público seja concursado ou de confiança é regido pelos princípios:

- da Legalidade (na Administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa 'pode fazer assim'; para o administrador público significa 'deve fazer assim’);

- da Impessoalidade (prevê que deve haver um tratamento sem desigualdades, sem favoritismos, nem perseguições. Os interesses pessoais não podem interferir na atuação administrativa. O tratamento por parte dos agentes públicos deve ser sem distinção);

- da Moralidade (tem-se que não é suficiente que o administrador cumpra estritamente a legalidade, mas que também, em seu exercício da função pública, respeite os princípios éticos de razoabilidade e justiça);

- da Publicidade (a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, impõe a plena transparência na atividade administrativa, exatamente para que os administrados possam conferir se está bem ou mal conduzida. Na Administração Pública, só se admite o sigilo quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado);

- da Eficiência (constitui-se na imposição, à Administração Pública direta e indireta e aos seus agentes, à persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir uma maior rentabilidade social. O princípio da eficiência está relacionado com os princípios da moralidade e razoabilidade, entendendo que o administrador deve utilizar-se de critérios razoáveis na realização de suas atividades discricionárias e deve-se considerar como imoralidade administrativa ineficiência grosseira da ação da administração pública).

Todos os atos praticados pelo servidor público (concursado, de confiança ou escolhido pelo voto) que firam estes princípios e aos padrões morais e éticos, devem ser considerados atos de improbidade administrativa. Agir em benefício próprio, utilizando recursos públicos para atendimento de demandas pessoais, promover a imagem própria (vaidade política), lesar o erário, dentre outros, são exemplos de atos de improbidade administrativa. É improbidade administrativa, também, o abuso de poder, a pressão, a perseguição e o assédio (moral, sexual, político, administrativo, etc.).

Ser ético é agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade, de acordo com sua cultura. A ética implica respeito ao cidadão, agir direito, proceder bem, sem infringir os ordenamentos jurídicos ou prejudicar os outros.

Se a cultura de uma sociedade é ser corrupta, a conduta ética e moral do servidor público será compatível. Se a cultura de uma sociedade é pelo bem comum, pela verdade e justiça, a conduta ética e moral do servidor público será baseada nestes princípios. Somente pela participação efetiva da sociedade por meio de instrumentos de gestão pública participativa é que poderemos ter a transparência dos atos administrativos públicos e governos mais éticos e morais, onde o resultado dos seus atos públicos será o bem comum e não os interesses pessoais ou políticos.


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(¹) A expressão genius loci, neste contexto, diz respeito ao conjunto de características sócio-culturais, de linguagem e de hábitos que caracterizam o comportamento de um ser humano e sua conduta na sociedade.


ESCLARECIMENTO PÚBLICO

Conforme publicado no Jornal Correio de Araguari, edição de 01/12/2009 - Coluna EM FOCO, que eu renunciei ao cargo de Presidente do Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari, informo-lhes que o motivo é devido a minha APROVAÇÃO no curso de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - FAU/UnB, curso este que será totalmente compatibilizado com meus horários de trabalho como funcionário público municipal concursado e que virá agregar conhecimento para o exercício das minhas atividades profissionais em prol da cidade de Araguari, porém, não poderia estar me dedicando da forma que eu sempre me dediquei pela preservação cultural de nosso município.

Todo cargo, seja de direito (concursado) ou de confiança (por voto ou nomeação) deve ser exercido em sua plenitude e com conhecimento de causa, algo que muitos não tem. O meu afastamento do cargo de Presidente do Conselho é exatamente para que eu possa adquirir conhecimentos por meio do curso de Mestrado e poder contribuir ainda mais com o desenvolvimento sustentável de nossa cidade.

Não exerço meu cargo de direito (arquiteto e urbanista concursado) e não exerci meu cargo de confiança não remunerado (Presidente do Conselho eleito pelo voto dos conselheiros e escolhido pelo então Prefeito Marcos Alvim em 2008) por vaidade ou para dizer apenas que "sou o Presidente", mas para contribuir com a minha cidade, apesar de todas as limitações ou dificuldades inerentes a gestão pública.

Saio com o sentimento do dever cumprido estando sempre alerta as ações contrárias a nossa cultura denunciando-as, sempre que necessário, ao Ministério Público, doa a quem doer.

Desejo que o próximo Presidente do Conselho tenha a consciência plena de que os interesses coletivos devem estar sempre a frente dos interesses pessoais, partidários e políticos e, que, os cargos são temporários, mas o patrimônio de nossa cidade é permanente.

A próxima VÍTIMA

Quem não se lembra do Relicário? O bar funcionava na casa do Sr José Jeovah Santos - filho do Cel. Marciano Santos e da Dona Carolina Almeida dos Santos. Jeovah Santos, como era mais conhecido, foi prefeito de Araguari em dois mandatos, o primeiro de 1936 a 1945 e o segundo de 1959 a 1962.

Nesta edificação, além de seus traços arquitetônicos de beleza ímpar, muitos outros traços políticos foram delineados em prol da cidade enquanto Jeovah Santos fora prefeito. Mas tudo isso virou pó.
Fotos: Panoramio by efgoyaz

De propriedade da igreja católica, o externato Santa Terezinha fora dirigido por muitos anos pela senhora Maria Abud. No corpo docente passaram por lá: “dona” Dorinha de Jesus, a “dona” Neuza Cascão, a “dona” Anita Nader, a “dona” Ilça Nader, e tantas outras. No corpo discente: Dr. Carlos Vanez Bedrossian (médico residente nos EUA), Mário Nasciutti (falecido) e tantos outros.
Fotos: Blog Ponto de Vista.

Provavelmente alguém da sua família, também passou por lá. Este prédio que fora o berço educacional de Araguari virou pó e se tornou um ponto negro no centro da cidade para o estacionamento de carros. Afinal, carro – além de inchar as vias públicas, poluir o meio ambiente, causar acidentes pelas mãos dos "loucos" sem educação que não passaram pela escola e muito menos pela auto-escola – é cultura!

Nesta outra edificação muita “impressão” boa de Araguari foi produzida. O desenvolvimento de Araguari passou por ali e continua passando. Quantas empresas não imprimiram suas notas fiscais com o Bonolo. Quantos convites de casamento, de festas e de formaturas não passaram pelas máquinas da Tipografia? Quantas folhas de jornais não foram impressas com as notícias da nossa cidade? Mas tudo isso pode virar pó.



Este prédio será a próxima vítima do “desenvolvimento” a qualquer custo. O imóvel está sendo leiloado e com certeza, por razões óbvias algum grande empresário de Araguari deverá comprá-lo. Para quê? Para demolir por simples “pirraça” contra o legado histórico de Araguari ou para torná-lo um marco de desenvolvimento sustentável? Se o empresário que adquirir este prédio for inteligente, fará um projeto modelo em prol da preservação histórica e cultural de Araguari.

Foto histórica: Prédio funcionou a Casa Serrador e, esta ocasião retratada acima foi a inauguração da bomba de gasolina bem na esquina da Rua Marciano Santos com a Av. Tiradentes.
Fonte: Arquivo Publico e Museu Dr. Calil Porto.


Muitos vão considerar esta matéria como saudosista ou que se propõe o congelamento da cidade pela manutenção de prédios "velhos" na cidade, ou seja, somente na mente dos idiotas que não têm o mínimo de respeito pela sua própria história, a história da cidade é algo descartável. Mas, eu pergunto: qual será a história que vamos mostrar e contar para a geração de 2020, 2030, 2040, 2050...? As futuras gerações irão cobrar e buscar conhecer a história da sua cidade e o que será apresentado? Apenas a destruição como produção cultural.

Araguari, pela falta de conhecimento e prostração da sua população irá deixar sua história, seu legado, sua memória ser abatida pelos abutres, verdadeiros inimigos da cidade que se julgam empreendedores, mas buscam apenas manchar aquilo que temos de mais valioso: nossa cultura.

Mas, o que é cultura mesmo?


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Fonte: PERON ERBETTA, Antonio Fernando. BLOG PONTO DE VISTA. Disponível em http://peron-erbetta.blogspot.com/. 2009.
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VIVA A FELICIDADE

Hoje é um dia muito especial pra mim e quero compartilhar minha felicidade com meus amigos leitores do blog.

Participei do processo seletivo do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasilia e fui APROVADO no curso de Mestrado.

As vezes, isso para alguns pode não significar nada, mas para mim é uma grande vitória, pois essa conquista significa superação - transformar todas as dificuldades encontradas no caminho em uma oportunidade única para meu aperfeiçoamento profissional e, sobretudo, pessoal.

Agradeço a Deus por esse momento de felicidade em minha vida e da minha família.

Obrigado a todos vocês pelas mais de 10.500 visitas a este blog.

Valeu pessoal! Viva a felicidade...


Pensamento do dia:

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta."
Augusto Cury

Água - SAE

Para muitos que acreditam que na área onde foi construída a sede da SAE e outros anexos não é feita captação de água para o abastecimento público, segue abaixo a relação dos poços e sua produtividade média por dia, naquele local.

Clique na imagem acima para ampliar

Estas áreas deveriam ser considerados como Áreas de Preservação Permanente, porém, são consideradas, pelos leigos de plantão, como áreas ociosas na cidade e não passam por nenhum controle sanitário, algo muito perigoso, pois a incidência de contaminates na água que bebemos começa a crescer.

Veja outros locais de baterias de poços que abastecem a cidade e verifique onde é feita a captação da água que você bebe.

Clique na imagem acima para ampliar

Futura sede da Câmara Municipal de Araguari

A imprensa anda divulgando o interesse em se construir o prédio da futura sede da Câmara Municipal de Araguari em terreno localizado nos fundos da sede da SAE. Sugiro que, antes da decisão da construção de qualquer prédio em áreas destinadas a poços artesianos, os responsáveis possam refletir sobre os seguintes tópicos:

1 - As áreas onde estão instaladas baterias de poços artesianos ou poços artesianos solteiros, não podem ser consideradas como áreas ociosas, mas sim áreas de recarga dos aqüíferos subterrâneos;

2 - Sendo áreas de recarga dos aqüíferos subterrâneos devem ser protegidas e mantidas permeáveis, ou seja, com o mínimo possível de construções ou pavimentações;

3 - A impermeabilização do solo se dá pelo asfaltamento das ruas, construções de casas, ausência de jardim e parques, com isso a capacidade de infiltração ou percolação da água fica comprometida diminuindo, significamente, os níveis de recarga dos aquíferos, conseqüentemente, a falta de água para o abastecimento público;

4 - A construção da sede da Câmara Municipal demandará uma espaço muito grande, tanto para o prédio como para estacionamento, portanto, essas áreas destinadas aos poços artesianos que fazem a captação de água para o abastecimento público não são as mais adequadas para a construção de prédios;

5 - A cidade de Araguari/MG utiliza cem por cento (100%) de sua água potável para o abastecimento público, captada nos lençóis subterrâneos do aqüífero Bauru por meio de 109 poços semi-artesianos e distribuída por meio de 36.698 economias ativas, sendo que 28.885 são residenciais (DSAE, 2007). Por esse motivo se faz necessário um estudo para identificar possíveis causas de contaminação do aqüífero e propor medidas que vão minimizar este impacto e não gerar mais impactos nestas áreas de captação.

6 - O Aqüífero Bauru é definido como um aqüífero não confinado (livre), de porosidade intergranular, constituído pela seqüência areno-siltosa da Formação Marília, e pelas coberturas laterizadas terciárias silto-argilosas;

7 - Por ser um aqüífero não confinado e por sua natureza pouco profunda isso contribui para sua contaminação devido a ações antrópicas e falta de proteção sanitária na construção dos poços e no seu entorno;

8 - Como medida de proteção dos aqüíferos contra a contaminação se faz mister o uso de ferramentas de planejamento urbano para restringir e regulamentar, de forma permanente, o uso do solo, a emissão e efluentes e a deposição de resíduos. É importante definir manejos do solo com fins exclusivos a proteção de águas subterrâneas, além de um zoneamento que tenha um papel fundamental na definição de prioridades para o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos subterrâneos;

9 - A contaminação do solo tem-se tornado uma das preocupações ambientais, uma vez que, geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afetada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na origem de problemas de saúde pública;

10 - Para a proteção das águas subterrâneas é preciso ter a conscientização da sua importância e manutenção das suas características naturais.

Portanto, é necessário reavaliar os modelos praticados atualmente e buscar novos instrumentos de gestão ambiental urbana como ferramenta para a sustentabilidade com base no desenvolvimento e na qualidade de sistemas integrados aos diferentes setores da administração, bem como, com a participação da sociedade, em defesa do meio ambiente.

Prolongamento da Av. Batalhão Mauá

Com relação à construção de prolongamento da Av. Batalhão Mauá passando ao fundo do prédio do Palácio dos Ferroviários, segue as seguintes considerações:

1. O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Antiga Estação da Estrada de Ferro Goiás, possui tombamento definitivo aprovado em 30/06/2008 - Deliberação nº 05/2008 do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – CONEP, bem como pelo Decreto Municipal n° 10/89 referendado pelo Art. 4° do Decreto Municipal n° 029/1997 e pelo §1° Art.1° do Decreto Municipal n° 013/98 e, sobretudo pela Lei Orgânica do Município de Araguari.

O Art. 1° do Decreto Municipal 10/89 diz o seguinte:

Art. 1°- Fica consumado o tombamento pelo Poder Público Municipal e, dessa forma, integrado ao patrimônio histórico e cultural do Município de Araguari, o prédio pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A., situado nesta cidade, à Praça Gaioso Neves, com toda a sua edificação, principal e acessória, mais as instalações que o guarnecem e a superfície que o suporta.” [grifo nosso]

Comentário nosso: Neste contexto está inserido tudo aquilo que se encontra sobre o solo, inclusive os trilhos.

O Art. 3° do Decreto Municipal 10/89 diz o seguinte:

“Art. 3° - O Chefe do Executivo, tanto que se mostrem oportunas, decretará medidas mais que se façam convenientes ou necessárias à conservação e utilização do prédio.”

O Dossiê Técnico, concebido pela equipe técnica do IEPHA/MG – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais quando do tombamento definitivo do Conjunto aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural - CONEP, em sua página 061, item 4 traz as diretrizes para intervenção no Conjunto tombado, sendo que o item 3 das diretrizes diz o seguinte:

3-Arruamentos internos e estacionamentos deverão ser evitados no espaço do conjunto, impedindo, assim, que o conflito entre pedestre e veículos se instale, e que causa prejuízos enormes a todos. Os deslocamentos na área interna do conjunto deverão sempre se dar por pedestrianismo. Assim, um caminhar tranqüilo e sem transtornos favorecerá a devida apropriação da área por todos aqueles que queiram usufruí-la.” [grifo nosso]

O Art. 7° da Lei Estadual 11.726/94 diz o seguinte:

“Art. 7º - Qualquer intervenção realizada em bem integrante do patrimônio histórico, artístico ou arquitetônico, voltada para sua conservação, restauração ou reconstrução, deverá observar:
I - a contextualização histórica do bem;
II - o respeito às contribuições válidas de todas as épocas;
III - a definição prévia do uso e da destinação do bem;
IV - a obrigatoriedade da realização de estudo interdisciplinar prévio para orientar a elaboração e a execução de projeto;V - a obrigatoriedade do acompanhamento e documentação de todas as etapas da intervenção, nos termos definidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA-MG.”

O Art. 63 e 64 da Lei Federal 9.605/98 consideram crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural:

“Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.”

“Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.”

Outras alternativas podem ser utilizadas para dotar o trânsito de Araguari, no entorno do bem tombado, de melhores condições de tráfego de veículos automotores ou não e de pedestres evitando interferências desfavoráveis a manutenção, conservação e preservação cultural do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Antiga Estação da Estrada de Ferro Goiás.

Mesmo o inciso I do Art. 33 da Lei Complementar 034 de 28 de dezembro de 2004 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, como consta no Mapa 2 – Sistema Viário, sugerir o prolongamento da Av. Batalhão Mauá, na época não foi levado em consideração que a área sugerida já era tombada pelo Município de Araguari por meio do Decreto 10/89, referendado pelos Decretos 029/97 e 013/98, e não poderia ser utilizada para esse fim, como diz o Art. 10 da Lei Municipal n° 2.449/89, sem a aprovação do Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari criado pelo Decreto Municipal n° 016/97. Assim, o coordenador do Plano Diretor e os vereadores (gestão 2000-2004) que o aprovaram não observaram as Leis vigentes na época e cometeram uma sandice.

A melhor opção para “desafogar” o tráfego da Rua dos Portadores para aqueles que deslocam até a Av. Cel. Belchior de Godói e pelo binário formado pela Pç da Constituição, Pç Gaioso Neves, Rua Luiz Shinoor e seu prolongamento até a referida avenida, que, também, necessita de aprovação dos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico e cultural no Município para ser realizado.

Diante das considerações, se faz mister à população não ser iludida com o prolongamento da Av. Batalhão Mauá passando pela área tombada (fundo do Palácio dos Ferroviários), pois isso vai de desencontro ao que estabelece a legislação vigente, sobretudo, deve-se evitar danos e ameaças ao patrimônio cultural como prevê o § 4º do Art. 216 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Planejamento e Gestão ambiental urbana

A urbanização é um processo causador de impacto e degradação ao meio ambiente. O fenômeno de urbanização tende a crescer e expandir além dos limites da cidade para uma zona metropolitana e esse fenômeno sempre ocorre de forma descontrolada.

O ambiente urbano, ou seja, a cidade se caracteriza pela presença humana. O Homem é quem rege todos os processos inerentes a manutenção deste ecossistema. Ele também é o responsável pela qualidade deste ambiente a qual passa a inerir fatores históricos, culturais, socioeconômicos, físicos e de recursos disponíveis. O ser humano ao longo de sua existência vem aperfeiçoando a forma de se apropriar e transformar o meio em que vive explotando-lhe ao máximo, porém, não aperfeiçoou seu respeito às limitações que o meio ambiente possui quando explorado de forma desmedida e descontrolada.

É importante o reconhecimento dos processos de melhora ambiental para a obtenção de qualidade de vida e qualidade de vida ambiental que é uma necessidade tanto pessoal como coletiva. É necessário, também, reavaliar os modelos praticados atualmente e buscar novos instrumentos de gestão ambiental urbana como ferramenta para a sustentabilidade urbana com base no desenvolvimento e na qualidade de sistemas integrados aos diferentes setores da administração, bem como, com a participação da sociedade, em defesa do meio ambiente.

O planeta Terra passa por uma transformação e cada vez mais a população se urbaniza, saindo do seu lugar de origem e indo para as cidades com “melhores condições”, em busca da própria sobrevivência, desde o advento da industrialização. Com isso a tendência é o inchaço dessas cidades e o agravamento dos sistemas de infra-estrutura urbana e, consequentemente, a degradação ambiental urbana com o agravamento de problemas sociais frente à escassez de recursos hídricos e energia, favelização, vulnerabilidade e fragilidade do solo devido à falta de saneamento e de uma política de gestão para os resíduos urbanos.

Neste contexto, justifica-se uma abordagem analítica geral da questão ambiental urbana, envolvendo a urbanização, o planejamento, os instrumentos de gestão e sua aplicação local com a participação e o comprometimento da sociedade civil com a construção da qualidade ambiental do seu espaço.

As políticas públicas e as intervenções urbanas devem manter relação entre si e para isso é necessário planejamento e envolvimento dos representantes da sociedade civil para que a gestão seja efetivada. Gestão e planejamento são complementares, assim, planejamento é pensar em ações para o amanhã e gestão é o próprio fazer imediato daquilo que o planejamento delineou, na dimensão do tempo presente e dos recursos disponíveis.

A qualidade ambiental será alcançada quando o processo de ocupação e interferências ao meio ambiente pelas atividades humanas estiver em harmonia com as dinâmicas naturais, pela interpretação e reconhecimento dos aspectos da paisagem para futuras intervenções. As várias formas que se usa a cidade provoca sensações diferentes de percepção humana expressas nos modos de comunicação e interação, de estímulos, mensagens, informações e significados pela dinâmica estabelecida entre o meio urbano e o ser humano.

O Estatuto da Cidade (Lei Federal n° 10.257 de 10 de julho de 2001), que trouxe um pensamento inovador ao conceito dos instrumentos urbanísticos, exigiu procedimentos entre gestão urbana e ambiental, que influencia, também, a elaboração de novos instrumentos urbanísticos com a participação social.

O intuito, portanto, é pensar a cidade como um espaço ambientalmente sustentável, não apenas no âmbito legal, mas pensar este espaço urbano emergindo idéias para assegurar o bem-estar da população integrado à qualidade do meio ambiente.

A NOSSA ÁGUA DE CADA DIA (II)

O acelerado crescimento das cidades causa uma demanda maior por água potável e os problemas que envolvem a manutenção da qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneas, agravam proporcionalmente. No Brasil, os problemas mais comuns das águas subterrâneas estão relacionados com a superexplotação, impermeabilização do solo e com a poluição.

A superexplotação é a retirada excessiva da água do aqüífero para o uso comercial, ultrapassando o volume de infiltração. Isso pode afetar as nascentes; os níveis dos reservatórios; provocar subsidência do terreno ou induzir o refluxo de água contaminada.

A impermeabilização do solo se dá pelo asfaltamento das ruas, construções de casas, ausência de jardim e parques, com isso a capacidade de infiltração ou percolação da água fica comprometida diminuindo, significamente, os níveis de recarga dos aquíferos.

A poluição, uma das principais ações antrópicas, é um dos fatores potenciais de contaminação dos aqüíferos. Dependendo do tipo de contaminante e suas características, a recuperação é lenta e de custo muito elevado. A susceptibilidade de contaminação de um aqüífero à poluição é definida como vulnerabilidade. Esta contaminação pode ser direta ou indireta, relacionadas a atividades humanas (ações antrópicas) ou processos naturais.

As principais fontes de contaminação direta estão descritas na Tabela 1.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (Clique na Tabela para ampliar)

Como medida de proteção dos aqüíferos contra a contaminação se faz mister o uso de ferramentas de planejamento urbano para restringir e regulamentar, de forma permanente, o uso do solo, a emissão e efluentes e a deposição de resíduos. É importante definir manejos do solo com fins exclusivos a proteção de águas subterrâneas, além de um zoneamento que tenha um papel fundamental na definição de prioridades para o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos subterrâneos, a auditoria ambiental de instalações industriais, o controle da poluição na atividade agrícola e a comunicação social em geral.

Para o controle da contaminação das águas subterrâneas, as diretrizes devem considerar o Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo, com vistas à proteção e promoção de recarga do aquífero. Para a Zona Rural, devem ser considerados: a vulnerabilidade natural da área, a aptidão agrícola e o modelo de produção agrícola. Para a Zona Urbana, devem ser considerados: o parcelamento da ocupação do solo; o controle de fontes potenciais de poluição; o controle de captações e o controle de impermeabilização do solo. Além dessas, as diretrizes devem estabelecer, também, o zoneamento para o uso, de acordo com as características químicas e físicas da água, e os limites de rebaixamento (nível potenciométrico) para explotação.

O município de Araguari não possui Lei Municipal de Parcelamento, Uso e ocupação do solo. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDU, 2004) propõe a concepção das Leis complementares e define no seu Capítulo VIII, Art. 43 a 46 diretrizes para o planejamento ambiental, áreas verdes, preservação dos mananciais de água e plano diretor dos reservatórios das usinas hidrelétricas. O Código de Obras e de Postura é da década de 1970, não trazendo diretrizes sobre medidas de prevenção de contaminação das águas subterrâneas. É fundamental que as leis de zoneamento urbano passem a incorporar diretrizes de proteção e controle ambiental, sobretudo de modo a controlar o uso e a ocupação de fundos de vale, das áreas sujeitas à inundação, das cabeceiras de drenagem, das áreas de alta declividade e a promover o aumento da permeabilidade do solo urbano.

É necessário reavaliar os modelos praticados atualmente e buscar novos instrumentos de gestão ambiental urbana como ferramenta para a sustentabilidade urbana com base no desenvolvimento e na qualidade de sistemas integrados aos diferentes setores da administração, bem como, com a participação da sociedade, em defesa do meio ambiente. As políticas públicas e as intervenções urbanas devem manter relação entre si e para isso é necessário planejamento e envolvimento dos representantes da sociedade civil para que a gestão seja efetivada. Gestão e planejamento são complementares, assim, planejamento é pensar em ações para o amanhã e gestão é o próprio fazer imediato daquilo que o planejamento delineou, na dimensão do tempo presente e dos recursos disponíveis.

Araguari utiliza 100% de água captada de aqüíferos subterrâneos. Quais as ações que os poderes públicos (executivo, legislativo e judiciário – Ministério Público) estão propondo para garantir a sustentabilidade da nossa água de cada dia?

100 ANOS DE ESTRADA DE FERRO GOIÁS EM ARAGUARI

O final do século XIX e início do século XX trouxeram a Araguari novas possibilidades de expansão com a chegada do transporte férreo. Araguari aos poucos foi despontando graças ao crescimento populacional em virtude da instalação na cidade da Estação de Passageiros da Cia. Mogiana de Estrada de Ferro em 15 de novembro de 1896.

A ferrovia interferia positivamente na evolução urbana das cidades, prova disso que Achiles Widulick, elaborou a primeira planta projetando a delimitação urbana. Ele era o engenheiro responsável pela construção do trecho da estrada de ferro Araguari – Uberlândia da Cia. Mogiana. Em 1898, a Lei n° 50 determinou o alinhamento, nivelando e a demarcação de praças, ruas e avenidas da cidade. Um traçado urbano muito arrojado para a época, com ruas largas e praças bem localizadas. Algo que se perdeu no tempo e pode ser conferido em vários bairros da cidade onde as ruas são estreitas e não possuem sequer uma única praça.

O funcionamento da Cia. Mogiana inspirou a abertura de caminhos pelos trilhos ao Estado de Goiás. A linha férrea da Cia Mogiana tinha ponto terminal em Araguari e inicial em Campinas – SP. Para fazer a ligação de São Paulo a Goiás criou-se, então, a Estrada de Ferro Alto Tocantins, que seria a continuidade da estrada da Mogiana até Goiás, tendo Araguari como ponto inicial e Goiânia terminal. Em 28 de março de 1906 a estrada passou a se denominar Companhia Estrada de Ferro Goiás.

Os trabalhos para sua construção iniciaram-se em 1909 no marco zero, na cidade de Araguari, que se torna um entroncamento ferroviário.

A partir de 1920, em função de problemas de caráter financeiro e administrativo, a Companhia Estrada de Ferro Goiás, por meio do decreto nº 13.936 obteve concessão para explorar os serviços ferroviários no Triângulo Mineiro e em Goiás. Com isso, sua administração foi transferida à União, que deu continuidade as obras de construção da estrada de ferro até a cidade de Goiânia, numa extensão de 480 quilômetros, passando por 30 estações, destacando-se as de: Araguari, Amanhece, Ararapira, Anhanguera, Goiandira (ponto de ligação com a Rede Mineira), Ipameri, Roncador, Pires do Rio, Engenheiro Balduíno, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões, Anápolis e Goiânia.

Em 1926 inicia-se a construção do prédio da Estação da Goiás em Araguari e em 2 de dezembro de 1928 ele é inaugurado. Os três grandes engenheiros da Estrada de Ferro Goiás foram Gaioso Neves, Luiz Schinoor e Bethout que construíram a sede, a estrada e as pontes.
No passado esse prédio foi a ligação entre São Paulo, Minas e Goiás. Trouxe pelos trilhos a pujança econômica ao Município e hoje se tornou o marco histórico de desenvolvimento cultural, preservação e respeito as nossas raízes.

Com a desativação da Cia Mogiana, a Estação da Mogiana, no final da Rua Marciano Santos, foi demolida no final dos anos 70 e início dos anos 80, em nome do "desenvolvimento" a qualquer custo.

Infelizmente, este período de pujança se vê ameaçado, pois em 1954, a sede da Estrada de Ferro Goiás foi transferida para Goiânia, ficando Araguari com a 2º divisão. Neste processo centenas de funcionários da empresa foram transferidos gerando transtorno na economia do município. Inicia-se uma fase de decadência econômica e urbana da cidade.

A Estrada de Ferro Goiás passa a ser controlada pela Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFFSA que foi criada mediante autorização da Lei nº 3.115, de 16 de março de 1957 com o objetivo de consolidar 18 ferrovias regionais e gerir os interesses da União no setor de transportes ferroviários.

A Estrada de Ferro Goiaz deixou um acervo histórico e cultural de muito valor, representado pela Estação da Goiás, hoje Palácio dos Ferroviários.

O conjunto da Estrada de Ferro Goiás é um complexo ferroviário de grande porte formado por vários prédios de épocas distintas, entre 1926 até 1970 e foi tombado pelo Decreto Municipal nº. 010, de 10 de fevereiro de 1989 e reiterado pelo Decreto nº. 013, de 03 de abril de 1998. A Estação se consolidou como sendo o principal prédio do conjunto por possuir grande importância histórica e beleza arquitetônica, destacando-se pela imponência e rica arquitetura eclética. O Palácio dos Ferroviários recebeu no dia 30 de junho de 2008 o tombamento definitivo como patrimônio histórico de Minas Gerais pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep).

Se em 1954, com a transferência da sede da Estrada de Ferro Goiás para Goiânia, Araguari entra num processo de decadência econômica e de identidade, em 2006 com a inauguração do Palácio dos Ferroviários, a nossa cidade volta a sorrir a partir do engajamento da sociedade em realizar o resgate de sua identidade cultural. Inicia-se, então, o processo de retomada de auto-estima e do desenvolvimento econômico, social e cultural. Araguari volta a ser a cidade sorriso.

Mas, a sociedade araguarina não pode cruzar os braços, pois os outros prédios que compõe o Conjunto Paisagístico e Arquitetônico da Antiga Estação da Estrada de Ferro Goiás-Araguari que são: Almoxarifado, Armazém de Cargas, Hospital, Escola Profissionalizante, Oficinas, Tipografia, Locomoção, Telégrafo e Vila Operária além dos trilhos, dos vagões e da sirene, estão ameaçados de desaparecerem pela letargia da burocracia em definir seus guardiões, pois seus verdadeiros donos somos todos nós.

Precisamos nos unir e resgatar, mais uma vez a nossa identidade cultural, por meio da revitalização de todo esse conjunto ferroviário.

Entre momentos de alegria e tristeza, comemoramos por meio do II Encontro de Preservação Ferroviária, a história de Araguari e de tantos araguarinos-goianos que fizeram da sua força de trabalho a construção de um legado vivido e revivido por todos nós que de alguma forma, direta ou indiretamente, temos um sentimento por esse patrimônio cultural.

Em 2009 se comemora o centenário dos trilhos remanescentes e o reconhecimento do que representa a memória ferroviária para todos nós araguarinos.

Preservar e conhecer o passado é manter as bases do presente e projetar o futuro.

BR050 e ANEL VIÁRIO DE ARAGUARI

Trecho da entrevista do Sr. João Andréa, diretor do DNIT Uberlândia ao Jornal Correio de Uberlândia (on line) em 13 de setembro de 2009:

(...) Como está o projeto de duplicação da BR-050 entre Uberlândia e a divisa com o Estado de Goiás?
O projeto da obra já foi aprovado pelo Dnit em Brasília e depende agora de uma licença ambiental que está em análise no Ibama. A expectativa é que o edital de licitação seja publicado em outubro deste ano e a empresa seja escolhida até o início de 2010. A obra deve durar dois anos. São 68,9 quilômetros a serem duplicados com a construção de 26 viadutos, pontes e elevados. Um investimento de R$ 274 milhões já previsto no orçamento do Dnit do ano que vem.

(...)O senhor está há 31 anos no Dnit e espera fazer todas estas obras antes de se aposentar?
Estou com 55 anos, a aposentadoria compulsória só aos 70 anos, e eu tenho um propósito de vida: enquanto eu não duplicar a BR-050 de Uberlândia até a divisa de Goiás passando por Araguari; a BR-365 de Uberlândia ao Trevão de Monte Alegre e até Patos de Minas; e não fizer o anel viário de Araguari eu não aposento. Esse é meu objetivo de vida.

Leia a entrevista completa clicando aqui.

Então que se comece com urgência a concepção dos projetos do anel viário de Araguari, pois senão, daqui 15 anos, o Sr. João Andréa ficará frustrado em ter que se aposentar, compulsoriamente, sem ter alcançado seu objetivo de vida!

Mas, para que esse objetivo se torne realidade é necessário uma soma de esforços políticos e técnicos. Outro fator, muito importante é "querer fazer". Será que Araguari quer?

Projeto Araguari Sustentável – PAS


1. Introdução
Visa à integração permanente dos cidadãos araguarinos ao debate sobre o desenvolvimento municipal e regional sustentável e a implementação de um modelo que pretende se empenhar em promover a democratização da participação popular no planejamento do Município. A interlocução com os vários segmentos da sociedade organizada araguarina pautará a atuação do Fórum Araguari Sustentável - FAS, que tem no diálogo a forma de criar uma nova via na tentativa de equacionar, democraticamente, os anseios da população e construir a união de todos os munícipes em torno deste projeto.

Trânsito Humano

Muito se tem falado sobre trânsito em Araguari nos últimos meses. Cada um tem uma solução diferente para resolver este que se tornou um problema em virtude do tão almejado crescimento da cidade, defendido e debatido a exaustão. As soluções apresentadas de afogadilho são sempre aquelas que privilegiam seus autores e não levam em consideração inúmeros fatores.

Araguari, em maio de 2009, segundo dados do DENATRAN possuía uma frota de 45.652 veículos, destes, 48,9% é de automóveis (carros), 25,78% de motocicletas e 25,32% de outros veículos somados (caminhões, ônibus, motonetas, caminhonetes, etc.). Se verificarmos os dados no mesmo período em 2004, ou seja, 5 anos atrás, a frota em Araguari era de 31.230 veículos, sofreu um AUMENTO de 46,18%.

Pela estimativa do IBGE, em 2009 Araguari possui 111.095 habitantes e em 2004 possuía 106.311 habitantes, uma variação de 0,045%, ou seja, a população de Araguari se manteve quase estável, porém o número de automóveis subiu assustadoramente. Em 2004 o número de habitante por veículo era de 3,04 e em 2009 é de 2,43, ou seja, um número maior de pessoas teve acesso à compra de um veículo. Isso por um lado é positivo, pois demonstra a capacidade de crédito e compra das pessoas, houve um aumento do poder aquisitivo. Por outro lado, a estrutura urbana não acompanhou esse crescimento.

Muito em breve, se o aumento continuar nestes índices, a estatística será inversa, ou seja, teremos tantos veículos por habitante e se assim acontecer, o caos tomará conta da cidade.

Mas por que as pessoas sentiram a necessidade de comprar um veículo?

Se a análise for feita sobre a expansão urbana, não justifica esse aumento no número de veículos, pois, a estrutura urbana permanece a mesma, ou seja, não houve uma expansão urbana horizontal elevada, com a criação de novos bairros, nos últimos cinco anos.

Se a análise for feita sob a ótica do distanciamento da população em relação as suas atividades cotidianas, ou seja, a necessidade de deslocamento devido a mudanças físicas geográficas da habitação em relação ao trabalho, a escola, ao lazer, até justifica a compra de um veículo. Mas, será que as pessoas se distanciaram tanto assim ao ponto de justificar o aumento da frota?

Se analisarmos por outros lados, podemos até encontrar explicações que justifiquem esses números, mas para isso temos que responder alguns questionamentos:

1 – Uso do automóvel foi incentivado?

2 – O transporte público coletivo é eficiente?

3 – Há planejamento de controle e ordenamento do uso e ocupação do solo?

4 – A população está sendo expulsa para uma periferia distante das suas atividades?

5 – A compra do veículo foi por necessidade ou por vaidade?

Além destas, inúmeras perguntas podem ser feitas para o diagnóstico deste aumento de veículos.

O fato é que esta situação é permanente. Neste exato momento os números aqui apresentados já se tornaram obsoletos, pois a cidade é dinâmica, assim como tudo que a envolve.

Com o aumento do tráfego, em conseqüência do aumento do número de veículos, a cidade eleva seus índices de crescimento, como por exemplo, aumenta os custos com o combustível, o tempo de deslocamento aumenta e a cidade se torna mais lenta, a estrutura urbana necessita de expansão, aumenta a necessidade de vagas de estacionamento, aumenta os índices de poluição, as redes de equipamentos urbanos (água, esgoto, iluminação, etc.) se tornam mais caras, o que será pago pela população - a grande prejudicada nisso tudo.

É esse crescimento que você almeja para sua cidade?

Araguari irá receber brevemente quase 2.000 novas habitações pelo programa Minha Casa, Minha Vida. As pessoas beneficiadas serão aquelas que ganham entre 1 e 3 salários mínimos. O local onde estas pessoas irão morar irá beneficiá-las em relação aos seus deslocamentos diários? O direito de ter a sua casa própria é legitimo, porém formou-se no país a cultura de que o menos abastado terá que ir para a periferia, distante de tudo e o mais abastado, próximo de tudo. Essa maneira de pensar faz uma separação clara entre aqueles que possuem veículos individuais (mais abastados) e aqueles que dependem do veículo (menos abastados).

Esse paradigma é o maior causador da ineficiência do trânsito, pois ao mesmo tempo em que se expulsa as pessoas para a periferia, não lhes oferecem condições dignas de deslocamento, ou seja, de mobilidade urbana, oferecendo-lhes um transporte urbano coletivo com qualidade. Sendo assim, as pessoas se vêem obrigadas a dispor de um crédito facilitado para comprar seu transporte individual, inchando as cidades.

Como pode observar, a cidade é uma rede interligada e cada nó é um ponto que estabelece as inter-relações entre todas as suas atividades, ou seja, o trânsito está ligado com a estrutura urbana, que está ligada com o uso e ocupação do solo, que está ligado com o planejamento, que está ligado com as políticas públicas que estão ligadas as necessidades da população.

Neste sentido, tendo como foco o trânsito, a falta de planejamento estimula a ampliação do uso do transporte individual e deixa o desenho urbano a mercê das forças de mercado que aproveitam desta deficiência urbana para impor os seus interesses, exatamente pelo fato de não haver políticas públicas voltadas para um trânsito mais humano, com prioridade para o pedestre, a bicicleta e para o transporte urbano coletivo, algo muito utilizado em cidades desenvolvidas.

Portanto, toda solução leiga é um mero paliativo nesse sistema complexo que é o trânsito, o tráfego e o transporte. O comodismo e os privilégios individuais têm que acabar. Uma cidade é formada por um grupo de pessoas e é para esse grupo como um todo que as soluções têm que ser pensadas, planejadas e colocadas em prática.

Faça sua parte, você também é responsável.

Tenha educação no trânsito.

Preserve a vida!

Meu Domingo

Mais um domingo chega e com ele grandes malas televisivas. Com exceção dos programas Pequenas Empresas Grandes Negócios e Globo Rural, por coincidência ambos da Rede Globo, os outros programas nada trazem de útil para a vida dos brasileiros.

A Record, cópia mal feita da Globo, apenas reproduz uma programação baseada em clones geneticamente desprovidos de cérebro. Esporte Fantástico, clone do Esporte Espetacular (Globo); Domingo Espetacular, clone do Fantástico (Globo); Programa do Gugu, clone do Domingo Legal (SBT) que é clone do Domingão do Faustão (Globo).

Futebol? A Globo na parabólica só passa jogos de times do Rio de Janeiro e a Band só passa jogos do Corintia... pô meu, o Neto é corintiano pra caramba....!!!

E os canais de Tv por assinatura? Ah, não faço parte destes privilegiados, que pagam para ver um filme ser reprisado centenas de vezes durante vários meses do ano... Quanta pipoca!!!

A televisão na verdade, para uma cidade como Araguari, desprovida de lazer, é a única alternativa para aqueles que não vão para a fazenda. Bem que a Record tem uma Fazenda de anencéfalos que voltará em novembro, para o agrado daqueles que gostam de ver as mazelas dos reality shows.

Enfim, o que será do meu domingo chuvoso de setembro?

Vergonha Nacional

O vídeo abaixo representa a falta de respeito com o Hino Nacional e com o Brasil. A "cantora" Vanusa canta o Hino Nacional totalmente dopada e erra (muda) a letra. Isso é uma vergonha!!!

ARAGUARI, 121 ANOS

Atualizado em 25/08/2009 as 22:25h

Tudo começou quando em princípios do século XIX foi criado o povoado sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre. Um povoado é elevado à freguesia quando a administração religiosa e civil é sobreposta. A igreja católica, quando elevada à paróquia adquire o direito de realizar os sacramentos e passa a contar com um padre, sendo necessário que haja uma capela. Em torno da capela inicia-se a formação do povoado com a construção das primeiras casas.

Em 02 de abril de 1840, através da Lei Provincial nº 1847 foi criado à freguesia do Brejo Alegre. Em 1864 a Lei Provincial n° 1.195 de 6 de agosto, criou o distrito de Ventania. Em 19 de outubro de 1882 a Lei Provincial n° 2.996 elevou o arraial da Ventania à vila de Brejo Alegre. Em 31 de março de 1884, deu-se a instalação do município, dando posse à sua primeira Câmara.

Em 28 de agosto de 1888, a Lei n° 3.591 elevou a Vila de Brejo Alegre à categoria de cidade de Araguary (região das águas cristalinas). O nome e o projeto são de autoria de Pe. Lafaiete de Godoy, que nessa ocasião, era Deputado Provincial (Fonte: Arquivo Público Municipal).

De 1840 a 1888, ou seja, 48 anos foram necessários para que, de freguesia Araguari se tornasse cidade. Como se pode observar, uma cidade não se nasce do dia pra noite. Para que a geração atual possa conhecer esse legado foi necessário um trabalho de registro histórico ao longo de todos esses anos, de preservação e manutenção do nosso patrimônio cultural. De 1888 a 2009, ou seja, em mais de 121 anos foram construídos um legado, onde muitas pessoas contribuíram para que Araguari chegasse ao século XXI com uma identidade arquitetônica, urbanística e paisagística, bem como, política, empresarial, histórica, cultural e artística.

Entre essas pessoas destaca-se: Pe. Lafaiete de Godoy (deputado provincial); Tertuliano Goulart (presbítero); Achiles Widulick (engenheiro ferroviário); Prof.ª Odette Machado Alamy (musicista); Dr. José Jheovah Santos (prefeito); Luiggi Chiovato (imigrante italiano fazendeiro); Joaquim Aníbal (comerciante); Padre Nilo Tabuquini (religioso católico); Adolfo Carlos Carísio (construtor e líder espírita); Geraldo França de Lima (escritor); Júlio Erbetta (eletricista da Cia Prada); Dr. Calil Porto (primeiro cardiologista em Araguari), José Francisco de Campos (panificador); Realino Vieira Guimarães (pastor batista); Nephitali Vieira (farmacêutico); Geraldo Vieira (fotógrafo); Abdala Mameri (historiador); Luiz Nasciutti (industriário); Hermogênio Dorázio (industriário); Afif Rady (tipógrafo); Milton Lemos da Silva (prefeito); Milton Lima Filho (deputado); Dr. Sebastião Campos (médico pediatra); Romeu de Campos (taxista); Wanda Pieruccetti (professora); Antônio Fernando Perón Erbetta (advogado); Odilon Neves (radialista); Ney Montes Pinto (esportista); Marizete Nader (jogadora de futebol feminino); Latifa Cafrune (datilógrafa); Ronan Barbosa (contabilista); Euclides Luciano - Bim (jogador de futebol); Jofre Alves Martins – Patesco (vereador); Marlene Rodrigues da Cunha (primeira vereadora); Jheovah Bittencourt (poeta) e a família ferroviária representada aqui por Mário Nunes e Alaor Puga. Estes são os escolhidos para homenagear tantos outros araguarinos de nascimento e de coração, de inúmeras profissões, cores, raças e religiões que fizeram e fazem desta cidade uma “cidade surpresa”.

A história de Araguari se confunde com a história ferroviária, prova disso que Achiles Widulick - engenheiro responsável pela construção do trecho da estrada de ferro Araguari – Uberlândia da Cia. Mogiana - elaborou a primeira planta projetando a delimitação urbana. Um traçado urbano muito arrojado para a época, com ruas largas e praças bem localizadas.

Araguari teve seu auge econômico com a chegada da ferrovia, tanto a Estrada de Ferro Mogiana como a Estrada de Ferro Goiás - EFG, cuja sede era em Araguari. Da mesma forma viu sua decadência com a mudança da sede da EFG em 1954 para Goiânia.

O período de baixa auto-estima se prolongou por várias décadas até o final do século XX, mas a nossa cidade volta a sorrir a partir do engajamento da sociedade em realizar o resgate de sua identidade. Inicia-se, então, o processo de retomada de auto-estima e do desenvolvimento econômico, social e cultural. Araguari volta a ser a cidade sorriso.

O século XXI é marcado com o inicio de um novo tempo. Um tempo de amadurecimento cultural com a chegada de um campus universitário. A partir desse momento os araguarinos começam a acreditar na sua força. E como a áurea da cidade mudou, novos investimentos e investidores chegam e novas oportunidades são vislumbradas.

Araguari até chegar ao que se tornou hoje passou por um caminho de grandes lutas, mas a batalha ainda não terminou. A batalha que se têm para enfrentar agora em diante é de dotar a cidade de qualidade de vida por meio de ações sustentáveis. É de criar um ambiente urbano propicio a integração do histórico com o moderno. É de dotar a cidade de serviços de saúde, educacionais, de saneamento, de lazer e de segurança pública com qualidade. É de garantir o direito de ir e vir priorizando e respeitando o pedestre, permitindo-lhe mobilidade e acessibilidade com conforto e segurança. É de criar oportunidades as pessoas, permitindo-lhes o direito de escolha para o seu desenvolvimento moral e intelecto-profissional. Enfim, é hora de entender a diferença entre desenvolvimento e crescimento e de planejar as prioridades.

28 de agosto de 2009. É momento de festa e de comemorar pela consciência de que é trabalhando que transformamos dificuldades em oportunidades pela união em torno de um único objetivo: o desenvolvimento da cidade.

Araguari, 121 anos...

... de valorização da sua identidade.

... de encantos e belezas mil.

Durante esse período nossa cidade nos ensinou que ela não precisa ser comparada a nenhuma outra, tem identidade própria, história, raízes, disposição para avançar propiciando qualidade de vida a seu povo, pois ArAguaRi é:

Infinita como o AR;

Sublime como a ÁGUA e

Agradável como um sorRIso.

Parabéns araguarinos!!!

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Alguns dados sobre a cidade (clique na imagem para ampliar):

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